Ela ousou atravessar a cena política, num tempo em que, nas Minas Gerais, eclodia o mais importante movimento anticolonial e republicano. Apesar de seu protagonismo, por longos 234 anos, o selo do esquecimento foi imposto a Hipólita Jacinta Teixeira de Melo.
Foi em 2022 que, sob a coordenação de Heloísa Starling, historiadora e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a pesquisa histórica teve êxito em demonstrar o papel de Hipólita na defesa da liberdade, da independência e da soberania. O relato está no livro “Independência do Brasil, as mulheres que estavam lá” (Bazar do Tempo/2022). Com esse trabalho, Hipólita Jacinta Teixeira de Melo foi, enfim, incluída, em 29 de abril deste ano, no Panteão da Inconfidência, em Ouro Preto, onde estão sepultados Tiradentes e os demais conjurados.
Há um longo caminho a tramitar no Congresso Nacional, mas a matéria já recebeu parecer favorável na Comissão de Cultura, da Câmara dos Deputados. Sem um único deputado federal mineiro entre os 18 titulares nessa comissão, a relatora da matéria foi Lídice da Mata (PSB/BA). “Embora o Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria” exista desde o fim da década de 1980, apenas em 2009, por meio da Lei 12.105, foi inscrito pela primeira vez o nome de uma mulher em suas páginas de aço. Anna Néri, considerada pioneira da enfermagem no Brasil, conquistou essa deferência pelos serviços voluntários prestados durante a Guerra do Paraguai”. Lídice da Mata prossegue lembrando que entre os 64 nomes inscritos até março de 2023, 51 eram homens e 13 mulheres.
Hipólita Jacinta, Bárbara de Alencar, Urânia Vanério, Maria Felipa de Oliveira, Maria Quitéria, Leopoldina, Ana Lins, Inácia Gertrudes de Almeida, Antônia Maria do Espírito Santo e Joaquina, estas, respectivamente, companheira e filha de Tiradentes. Embora esquecidas por quem ditou a história, todas, entre tantas outras, estiveram lá e fizeram o combate.
Nas palavras de Hipólita Jacinta: “Quem não é capaz para as coisas, não se meta nelas. E mais vale morrer com honra que viver com desonra”. Era a senha aos líderes militares, para que, com a captura de Tiradentes naquele 20 de maio de 1789, fosse dado o brado de incitação à sublevação com a proclamação ritual de “Viva o Povo”.
As mulheres renascidas para a história são inspiração e referência para novas gerações. “O que Hipólita Jacinta, no século 18, está dizendo para nós é: o lugar da mulher é onde ela quiser estar. E se ainda estamos no século 21 lutando para dizer isso, pensa como foi viver naquele tempo”, afirma Heloísa Starling.
Leia também na coluna de hoje da Bertha
Nas palavras de Hipólita Jacinta: “Quem não é capaz para as coisas, não se meta nelas. E mais vale morrer com honra que viver com desonra”. Era a senha aos líderes militares, para que, com a captura de Tiradentes naquele 20 de maio de 1789, fosse dado o brado de incitação à sublevação com a proclamação ritual de “Viva o Povo”.
As mulheres renascidas para a história são inspiração e referência para novas gerações. “O que Hipólita Jacinta, no século 18, está dizendo para nós é: o lugar da mulher é onde ela quiser estar. E se ainda estamos no século 21 lutando para dizer isso, pensa como foi viver naquele tempo”, afirma Heloísa Starling.
Leia também na coluna de hoje da Bertha