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Estado de Minas CARLOS STARLING

Pandemia e Guerra parte 2

Não precisamos de bombas, precisamos de vacinas


05/03/2022 06:00

vacinas
Vacinas contra o novo coronavírus (foto: Myke Sena/MS)
Fugíamos das agulhas, como o diabo da cruz. Cheguei a fugir da fila ao ver o Tião desabar quando chegou a sua vez de enfrentar a agulha.
Vacinas treinam nossos mecanismos de defesa para enfrentar inimigos invisíveis. Geralmente, desaparecem com as doenças, fazendo com que se tornem tão invisíveis quanto os seus agentes causais.

Escondido no porão da minha casa, fugindo de uma vacina contra tétano, me deparei com uma tampa de privada abandonada.

Foi como uma descoberta científica revolucionária.
 
Transformei a tampa da latrina em escudo.

Em Ibiá, combinávamos nossas tretas entre a Rua 20 e a Rua 13.
 
Mas, tinha regra! Não valia pedra , apenas espada de borracha. Encostou estava morto. Não tinha juiz, nem VAR. A ética acima de tudo.
 
Quem foi tocado pela espada do outro admitia e pronto.

Tentávamos reproduzir da forma mais fiel possível o que víamos nos filmes épicos nas matinês do cine Brasil. Bem-Hur e os 300 de Spartacus, eram os nossos preferidos. 

Não ganhávamos nada, apenas o orgulho de termos mais sobrevivente que o inimigo, com o qual tomaríamos sorvete no bar do seu Alceu minutos depois da contenda.

No dia que estreei meu novo escudo, houve impugnação imediata da contenda.
 
- Esse escudo não vale, gritou um dos oponentes.
 
-Isso é tampa de privada! Não vale!
 
-Como assim, não vale!
 
-Essa tampa suportou durante anos puns e merda brava. Isso é arma proibida. Tá fora da regra!
 
- Qual regra?!
 
- Não vale! Pronto! Você já viu alguém usando tampa de privada como escudo?! Acabou a brincadeira. Tampa se privada ta fora da regra.
 
Não concordei, mas admiti que era algo até então inusitado. A brincadeira acabou sem vencedores.

Naquele dia não teve sorvete. Afinal, eu usava uma arma nojenta até para a guerra, quem diria para tomar sorvete! Confesso, não me lembro de tê-la lavada antes da brincadeira. Tratava-se de tecnologia altamente contaminada. Possível arma biológica com potência e consequências imprevisíveis, particularmente para o usuário.

Vendo hoje as cenas da invasão Russa a Ucrânia, percebo claramente que Putim não deve ter tido infância. Se teve, não brincou. Se brincou, não respeitou regras e as impôs a todos.
 
Dentro do seu próprio país prendeu crianças que manifestavam pela paz e senhora octagenária que resistiu a invasão nazista a Rússia.

Não foi `a um circo e jamais se divertiu com palhaços criativos. Acabou se tornando o próprio palhaço. O Coringa que coloca a humanidade contra a parede e ameaça nuclear.
 
O pior, fez discípulos! Nosso Messias, ficou em cima do muro para tentar salvar a lavoura, colhendo sangue e sofrimento alheio. Covardia e falta de empatia, que marcou sua postura diante da tragédia pandêmica que vivemos com mais de 650 mil mortos. Mais da metade poderiam ter sido salvos se não fosse a sua negligencia e incompetência.

Pandemia que deve piorar com a guerra. O intenso fluxo migratório de pessoas com baixa cobertura vacinal num continente densamente povoado é o estopim perfeito para novas variantes de muita preocupação.

Se tínhamos uma perspectiva remota de controlar a pandemia num planeta com desigualdades sociais abissais e inequidade na distribuição de vacinas, com uma guerra generalizada será impossível.

Ignorância, ambição, guerra e catástrofes epidêmicas, sempre andaram junto pela história da humanidade.

Os recursos até então destinados a pesquisas para combate ao vírus, agora serão convertidos em balas, bombas, canhões e armamentos bem mais sujos que a minha inocente tampa de privada.

A COVID-19 se transformou numa ameaça coadjuvante diante da barbárie Putinesca, a qual deveria ser parte do CID- Código Internacional de Doenças.
Se assim o classificarem, certamente estará no grupo das doenças psiquiátricas que vimos nos olhos de outros facínoras passados e candidatos futuros.

Temos que ficar muito atentos a similaridade do olhar dessas aberrações. Geralmente não enxergam gente como gente. Ignoram a pluralidade de opções que seres humanos tem para serem felizes. Bombardeiam as artes com a mesma brutalidade que suas bombas caem sobre pessoas inocentes, que até 10 dias atrás eram livres.

Seria a Sputinik II a vacina nuclear de Putin? Acabando com a humanidade certamente acabaria também com a pandemia! Lógica cruel que certamente não passaria pelo crivo técnico da nossa competente e responsável ANVISA.

Putin que parowsky! Que saudade do meu escudo proibido, seria só usá-lo de forma apropriada e dar descarga.

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