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O que é óbvio não precisaria ser obrigatório

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Fiquei um tempo sem publicar essa coluna. A Joana, jornalista que edita os textos, estranhou:

- Uai, cê parou de escrever!?

- Não! Claro que não!

Mas escrever é como mergulhar. Temos que tomar fôlego para ir ao fundo. De tempos em tempos é preciso contemplar para, na sequência, viajar. Diante de uma turbulência, mesmo que leve, apertar o cinto é a medida preventiva básica.



Entretanto, diante de uma turbulência forte o uso de cinto de segurança é obrigatório. Nesse caso, os comissários de bordo conferem se cada passageiro encontra-se com seu cinto apertado e afivelado. Vai que um distraído ou um negacionista não coloque o cinto. Uma chacoalhada pesada lança o indivíduo pelos ares e coloca os demais passageiros em risco.

Isso já aconteceu centenas de vezes dentro dos aviões em todo o mundo. Para dar o comando de voz e as orientações de segurança os pilotos contam com radares ultra sensíveis que detectam as possíveis áreas de turbulência a centenas de quilômetros à frente.

Na ausência de radares e pilotos vigilantes, nossa viagem se tornaria uma aventura repleta de incertezas e surpresas desagradáveis.

Pois bem, vamos transpor para a nossa viagem pandêmica. A ausência de informações epidemiológicas claras e acessíveis durante uma epidemia corresponde a uma viagem sem radar e sem piloto. Ou seja, tragédia na certa!

Recentemente, os dados "sumiram" do site do Ministério da Saúde. Façanha atribuída a um hacker negacionista que nunca foi encontrado.



Faz de conta que não sabemos o autor da peripécia.

Logo na sequência, veio o desmonte das medidas de barreira, sendo as máscaras a bola da vez. Alguns estados e municípios, ligados a princípios Messiânicos se apressaram a adotar a medida, as quais desde sempre foram contra.

A falta de informação para a população, quebra de barreiras de transmissão viral, cobertura vacinal incompleta, variantes mais transmissíveis e capazes de comprometer a imunidade natural ou vacinal, não poderia dar noutra: elevação do número de casos, internações e óbitos.

Foi nesse contexto que os movimentos sociais de Belo Horizonte decidiram criar o Comitê Popular de combate à COVID-19. Com muita honra, mais uma vez, aceitei participar dessa velha-nova empreitada.

Dessa vez, além dos parceiros de sempre, Estevão Urbano e Unaí Tupinambás, contamos com companheiros e companheiras de diferentes áreas, o que confere ao comitê um colorido extremamente especial.



Como dizia o Anchieta, meu velho professor de filosofia, o real conhecimento encontra-se na intercessão dos saberes.

Já de cara, uma recepção acalorada, motivante e fascinante. Sensibilidade de gente que vive o mundo real. Vida de verdade, sem fantasia e sem ilusão de dias fáceis e sem luta pela frente. Se tive orgulho de servir voluntariamente a prefeitura de Belo Horizonte, agora, além de orgulho, é prazer e tesão!

Estamos no terceiro número do nosso boletim semanal, cujo link de acesso deixarei sempre ao final dessa coluna semanal.

Vamos juntos nessa nova fase de uma viagem que não sabemos quando terminará, mas sabendo que estamos em boa companhia basta para que seja motivante e prazeroso.

Mais uma vez, somos passageiros e pilotos do nosso destino!

Acesse aqui o boletim semanal do Comitê Popular de combate à COVID-19 de BH: http://www.sjpmg.org.br/wp-content/uploads/2022/06/BOLETIM03-COMITE-REV-UNAI.pdf