Jornal Estado de Minas

COLUNA

O balbucio do Messias


Vamos à tradução do vernáculo. Balbuciar significa ruminar as palavras, falar sobre (algum assunto) confusamente, sem o suficiente conhecimento.

O silêncio do Messias foi rompido. Disse tudo e nada. Falou e disse o que não disse. Entenderam?!

Claríssimo! Nunca teve nada a dizer.



Quando disse, falou besteira. Quando ficou calado, foi grotescamente ruidoso.

Aberração e acidente político catastrófico.

Mas, antes, o silêncio foi convenientemente rompido nos bastidores.

Messias negociou cama, comida, roupa lavada, mordomia e, principalmente, a chave da cadeia.

Aliados de última hora e de orçamento secreto garantiram. Mas exigiram: "desocupa o vaso que precisamos dar descarga. O ambiente está fétido e sabemos quem é o junta-espanta bolinho."

Assim, com sorriso amarelo, saiu pela porta dos fundos, empurrado pelos comparsas.



Burrice crônica e progressiva, com diarreia logorreica silenciosa. Patologia grave e contagiosa que afetou o caráter, princípios éticos religiosos e sexuais de milhares de pessoas.

Nunca foi tão danoso ao país.

O que assusta é esse ser obtuso ter tido 58 milhões de votos. Prognóstico sombrio.

Não creio que sejam 58 milhões de facistas. Mas são 58 milhões de pessoas com capacidade limitada de interpretação da realidade.

Grande massa de manobra de grupos radicais, os quais não passam de 25% dos que rezam pela sua cartilha.

Golpistas, cujo tratamento deveria ser no limite da lei e dos cânones psiquiátricos.

Tão preocupante quanto, foi a forma conivente que bloqueios de estradas e espaços públicos têm sido tratado pelas forças de segurança.



Professores, profissionais de saúde, estudantes e inúmeras categorias de trabalhadores, por muito menos receberam bala de borracha no rosto e foram intoxicados com gás lacrimogênio.

Parcialidade no exercício de cargo público com anuência de funcionários de alto escalão. Crime contra nossa constituição, com o qual o exército certamente não coaduna, mas flerta.

Caso contrário, já teriam se pronunciado de forma contrária e retirado o bando de lunáticos de suas cercanias.

Esperarmos do Messias uma postura democrática e coerente é tão inverossímil quanto um poste caminhar, raciocinar e, principalmente, se emocionar com o sofrimento da população brasileira.

Quanto aos 148 milhões de eleitores que nele confiaram, merecem ser estudados a fundo pela comunidade acadêmica nos próximos 100 anos.