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COLUNA

Os sete prazeres capitais

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Música pela manhã, cochilo depois do almoço, goiabada com queijo (ou só o queijo), vinho bom, gol do seu time, carinho de filha, beijo da mulher amada.

A ordem dos prazeres não importa. Prazeres meus, nossos.



Certamente alguns trocariam apenas a goiabada por outro doce. Eu, nem a goiabada e muito menos o queijo.

Outros, a música da manhã pela tarde. Bom também! Música a qualquer hora.

O cochilo da tarde, nem sempre possível, mas necessário, pode ser no filme sem graça pós jantar.

Cochilar é ótimo e imprescindível!

O cachimbo não precisa cair pra lhe acordar.

A alma precisa banhar-se num bom vinho. Tem que ser bom. Caso contrário, não chega no cerne. Não desentope artérias, nem a rigidez dos conceitos.

O gol pode ser substituído por qualquer outra coisa que lhe cause alegria. Alegria sua. Vontade de gritar gol e vibrar com socos no ar. Vibrar no vazio das coisas. É esse o sentido do infinito prazer do antes e do depois.



O carinho de filha, só pode ser trocado pelo de filho. Insubstituível!

Ou melhor, substitua pelo abismo que lhe habita a alma.

E o beijo da mulher amada?! Substitua ao seu gosto pelo da pessoa amada. Mas, não abra mão do seu amor.

Amor seu. O do outro é do outro. Coisa pessoal e intransferível.

O relógio estampado para o mundo 00:49 de Janeiro.

São muitos janeiros. Incrível, janeiros não acabam.

Janus é um Deus cruel. Deuses não morrem.

Nós passamos. Apodrecemos com saudade.

Tortura a tolerar, ainda bem.

Vida que segue a procura de esquinas.