A volta do boêmio, música imortalizada na voz de Nelson Gonçalves, serviria bem para uma bela paródia para esse regresso.
Desta vez passou ileso pela PF. Só dessa vez! Na próxima, poderá ter problemas. Imagino a troca de olhares entre o oficial de fronteira e ele.
Na alfândega não deve ter tido a mesma sorte. Reincidente e velho conhecido da Receita Federal, certamente teve as suas malas cuidadosamente revistadas.
* Esse relógio é meu! Presente do Trump, meu amigo irmão camarada. Camarada não! Isso é coisa de comunista.
* E esse colar?! Quanto custou?!
* Esse colar é dela. Nem sei o que tá fazendo na minha mala. Presente antigo de um príncipe das arábias. Tô de olho nesse relacionamento.
Claro, esse diálogo nunca aconteceu. Trata-se de mera conjectura de cronista.
Porém, para quem fez uma campanha inteira chamando seu oponente de ladrão e usou seus ministros como mulas do tráfego de joias, pegou mal.
Até mesmo para seus seguidores mais apaixonados, ficou difícil explicar.
Após 3 meses de autoexílio, retorna para enfrentar as dezenas de processos pelas suas condutas irresponsáveis durante a fase mais crítica da pandemia, os quais resultaram em nosso vergonhoso segundo lugar no mundo em mortes pela Covid- 19.
Com mais de 700 mil mortes no curriculum, uma economia destroçada, uma floresta devastada e um país rachado ao meio, cruzou a fronteira de volta ao inconcebível.
Nessa última quinta-feira (30/03/2023) fui a Casa do Jornalista ver a exposição dos Cartunistas Mineiros Associados "Para não esquecer! O governo Bolsonaro em Charges".
Trata-se de obra genial de 37 cartunistas de todo país publicadas nos mais importantes veículos de imprensa do Brasil durante o desgoverno Bolsonaro.
Em 104 desenhos, retrataram com enorme talento e humor a realidade caótica de um período para não ser esquecido. Aguçar o senso crítico da sociedade é um dos objetivos da charge política.
Graças à democracia preservada podemos viver momentos como esse.
O abraço caloroso do Lor me acolheu logo na entrada daquele espaço mágico que nos serviu de refúgio em tempos passados.
Chegando em casa, revi cada desenho e revivi neles três anos surreais que jamais poderemos esquecer.
Ver o mundo com humor e arte é fundamental para manter a história viva e pulsante.