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Estado de Minas ARTIGO

Despedida

Me despeço de vocês aos sábados. Voltaremos a nos encontrar às terças-feiras no jornal digital e no impresso de O Estado de Minas


16/09/2023 21:20
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Jornal e taça de café sobre mesa de madeira
A memória desse período estará sintetizada em 53 crônicas num livro que acabou de ficar pronto (foto: Pixabay)
Caro amigo leitor.

Hoje me despeço de você.

 

Calma! Não estou partindo dessa para melhor.

 

Me despeço de vocês aos sábados. Voltaremos a nos encontrar às terças-feiras no jornal digital e no impresso de O Estado de Minas.

Sim, impregnarei silício e celulose.

 

Virarei backup e jornal de embrulhar bananas na feira. Entretanto, antes continuarei a passear pelos seus olhos, cutucar a sua imaginação e de alguma maneira entregar-lhe informação e um pouco da minha alma.

 

 

Após três anos e nove meses, foram centenas de textos, que custaram muitas horas da minha vida. Valeu cada segundo despendido, mais uma vez, voluntariamente.

 

Durante o período mais crítico da pandemia, usei este espaço para transmitir informações técnicas sobre o pesadelo que nos atropelava e, sobretudo, otimismo e verdades que precisavam ser ditas para os ocupantes do Planalto e os zumbis dos seus seguidores fanáticos.

 

A memória desse período estará sintetizada em 53 crônicas selecionadas de forma cirúrgica pelo meu amigo e curador Chico Mendonça, num livro que acabou de ficar pronto e ser editado pela Autêntica Editora.

 

Na próxima semana, lançarei o livro no Congresso Brasileiro de Infectologia, que ocorrerá em Salvador, e ainda este mês aqui em BH.

 

“O Tempo sem Tempo” é para não nos deixar esquecer o que vivemos e manter a memória sempre viva e alerta para iluminar o nosso caminho no enfrentamento das epidemias e pandemias futuras, que certamente virão.

Não se trata de “se”, mas “quando”.

 

A pandemia nos marcou de forma brutal. Levou pessoas em praticamente todas as famílias e círculos de amizade próximos a cada um de nós. Como diz a genial Adélia Prado: “o que a memória ama, fica eterno”. Essas pessoas amadas ficarão eternamente em nós. Da mesma forma, o que as levou não pode ser esquecido.

 

Claro, não me refiro apenas ao vírus, mas a todos os aspectos sócio- antropológicos e políticos que tornaram essa pandemia uma das maiores tragédias sanitárias dos últimos cem anos.

 

O nosso sofrimento não pode cair na vala comum do passado e ser enterrado em cova rasa, assim como os milhares de seres humanos que se foram, vitimas do descaso, ironia e falta de empatia de governantes inescrupulosos e genocidas.

 

Obrigado pela sua companhia até aqui.

Nos vemos às terças-feiras para continuar nessa jornada maravilhosa chamada vida.

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