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Há três anos buscávamos desesperadamente uma droga que combatesse um vírus que aterrorizava e parava o mundo inteiro. Drogas apelativas e trabalhos científicos, mais tarde descobertos como falsos, geraram falsa esperança, levando milhares de pessoas a se exporem ao vírus, se infectarem e morrerem.




Governantes e falsos especialistas que jamais haviam lido a bula se meteram a prescritores de medicamentos.
 
Surgiram as vacinas e os mesmos defensores dos falsos tratamentos se opuseram e questionaram sua eficácia e segurança.
 
As vacinas controlaram a pandemia e nos devolveram nossas vidas.
 
Ainda assim, fake news não pararam de surgir, levando à queda na adesão vacinal. Novamente, nos vimos em risco de viver momentos de sofrimento os quais gostaríamos de esquecer.
 
O poder da mentira é gerar dúvida. Mesmo com evidências científicas contundentes e dados de vida real inquestionáveis, ainda assim, a dúvida corrói a verdade.




 
As vacinas, tão esperadas no princípio da pandemia, perdem a validade, esquecidas nos locais de vacinação, longe do braço dos brasileiros.  
 
Enquanto isso, o vírus não para de circular, mutar e matar.  
 
Mas não apenas as vacinas perdem a validade nos almoxarifados Brasil afora. Medicamentos validados cientificamente e capazes de mudar o curso da doença, principalmente em pacientes vulneráveis, também perdem a validade nas Unidades Básicas de Saúde.  
 
A revista JAMA, uma das mais respeitadas do mundo, publicou no dia 21/9 mais um importante trabalho mostrando que o tratamento precoce com Nirmatrelvir/Ritonavir, ou o Molnupiravir utilizados nos primeiros cinco dias da doença, evitam o óbito de pacientes mais vulneráveis e debilitados.
 
Curioso e trágico é que essas drogas, já aprovadas pela Anvisa e disponíveis nas farmácias brasileiras e no SUS, especificamente o Nirmatrelvir, não têm sido prescritas com a frequência necessária para evitar as mais de 1.200 mortes que ainda ocorrem por mês no Brasil.
 
Falta de informação para médicos e pacientes e a “burocracia letal” para se ter acesso a esses medicamentos são as causas prováveis da ausência de prescrição dessas drogas para a população.
Ou seja, ter vacinas e tratamentos eficazes não garante o controle definitivo de uma doença se a informação correta não chega a quem precisa chegar.
 
Comunicação em saúde, mais do que nunca, é vital. n