A mudança começa, a partir de uma melhor compreensão do processo, ou seja, a crise sensorial é uma expressão popular muito comum em pessoas com autismo e dificuldades em processar os estímulos do ambiente e os sentidos. No caso do filho da Giovana, o pequeno Bless, 8 anos, ele foi diagnosticado com TPS, ou seja, os sentidos como audição, paladar, tato e olfato ficam hipersensíveis ou hiposensíveis, com intensidade forte ou leve demais. Giovana contou que, durante a pandemia, passou a observar que o filho passava muito tempo “aéreo”, fazendo coisas estranhas, até que, após consultas com especialista, foi diagnosticado o transtorno e, dessa forma, escuta e sente mais os cheiros que o normal, provocando muitos incômodos. A questão é essa condição compromete os sentidos básicos, fazendo com que o cérebro processe as informações captadas de maneira diferente da considerada senso comum.
Pais e educadores pode ficar atento para identificar o problema quando observar as seguintes situações entre as crianças: Medo de brincadeiras em balanços; Incômodo com a claridade; nsia de vômito para comidas com texturas diferentes do que estão acostumadas; Pouca habilidade motora; Dificuldade de andar descalço, em local com areia; Dificuldade de molhar a cabeça no banho; Problemas comportamentais. O cotidiano dos portadores desse transtorno ainda pode ser agitado ou sempre sentirem necessidade de estarem em movimento, parecer desajeitadas ou sem equilíbrio, se recusarem a comer certos alimentos por conta da mastigação, demonstrarem hipersensibilidade à luz, não gostarem de serem tocadas ou de sujarem as mãos, se sentirem desconfortáveis com determinados movimentos e apresentarem dificuldades para aprender coisas, como subir e descer escadas e, até mesmo, se acalmarem após atividades.
Os motivos ainda são desconhecidos e, é importante alertar que acomete crianças e adultos e, até mesmo, afeta um ou mais sentidos, ao mesmo tempo, como no caso de Bless. Os problemas com a visão costumam ser os mais comuns, principalmente, entre indivíduos com o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA). É isso mesmo, pois, lamentavelmente, a relação entre transtorno do processamento sensorial e autismo é bastante intensa. Muitas vezes, o TPS está relacionado com um dos sintomas do autismo, afinal, é comum crianças autistas com dificuldade na resposta sensorial Às vezes, os profissionais da saúde mental estão tão acostumados com os diagnósticos mais corriqueiros da psicologia que acabam fechando o leque para diversos outros problemas.
O alerta está no fato de ser essencial manter um bom convívio social. Vale destacar que o diagnóstico requer uma ação conjunta, começando numa conversa com pais e professores sobre o comportamento e desenvolvimento infantil. Os testes e questionários específicos também auxiliam durante a avaliação, pois são fundamentados e comprovados por pesquisas científicas Os transtornos sensoriais apresentam diversos tipos de características, classificações e categorias. Alguns exemplos são a modulação sensorial, quando o sujeito, sequer, sabe como classificar uma dor e, até mesmo, os motores com base sensorial, que causam a dificuldade de absorver as informações do próprio corpo.
A situação apenas reforça a importância da identificação precisa, possibilitando um tratamento mais assertivo com um terapeuta ocupacional, associado à uma prática de Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), auxiliando nos sintomas relacionados, como depressão e isolamento. Se os aspectos forem mais acentuados, um fisioterapeuta, psicomotricista e, até mesmo, um fisiatra podem ser necessários. A percepção do comportamento das pessoas é crucial. Uma condição neurológica é complexa, envolvendo o funcionamento do corpo e, muitas vezes, fora de controle, sendo importante, nunca julgar ou fazer de suas ações, uma chacota, evitando restringir os sintomas, mas, sim, analisá-los e, se necessário, buscar um atendimento especializado.