A dificuldade de aprender entre milhares de estudantes em sala de aula não pode ser considerada ou rotulada de “preguiça”, “corpo mole” e-ou “lerdeza”, entre outros termos usados. A verdade é que pais, educadores e a população em geral devem conhecer melhor as causas para essas ocorrências.
Felizmente, a Associação de Terapia Familiar de Minas Gerais (ATF-Minas) promove o “I Simpósio Internacional de Transtornos de Aprendizagem e seus Familiares”, evento gratuito e on-line, visando disseminar informações e desmitificar diversos fatos. Os transtornos de aprendizagem ocorrem no cotidiano de milhares de brasileiros, que, sequer, conhecem o problema e apenas acreditam que se trata de uma dificuldade passageira.
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O processo pode ser motivado por não conseguir se concentrar, memorizar, processar informações, solucionar problemas, interagir, coordenar movimentos, ler, escrever, interpretar e calcular. Centenas de pessoas desconhecem, porém esses problemas afetam o cotidiano, comprometendo o desempenho do aluno, sendo considerado muito abaixo do esperado.
O maior alerta é que pais e professores precisam focar no comportamento para identificar essas manifestações e buscar ajuda especializada. O diagnóstico envolve avaliações médicas, psicológicas e educacionais para analisar a fala e a linguagem. Afinal, apenas a partir dos resultados é possível iniciar um tratamento, focando no melhor controle dos transtornos, impedindo o comprometimento dos resultados escolares.
Os transtornos de aprendizagem podem ser genéticos ou adquiridos, mas ainda não existe uma causa específica e motivadora para o surgimento, sendo a classificação de distúrbio do neurodesenvolvimento, o mais aceito pela medicina. Outras suspeitas da origem envolvem o consumo de drogas pela mãe, complicações durante a gestação, parto ou no neonatal. É fundamental entender que o transtorno de aprendizagem decorre de dificuldade e provoca muito incômodo e uma acessibilidade diferente.
Afinal, proporcionar uma metodologia de aprendizagem acessível para todos aprenderem é desafiador. Os alunos aprendem, contudo dependem da metodologia que, por sua vez, é comprometida pelos transtornos. Sim, o transtorno de aprendizagem é uma questão neurológica.
A discalculia é um desses transtornos em que o estudante tem problema com cálculo, matemática. A dislexia envolve leitura e escrita, a disortografia inclui a ortografia, sendo que, anteriormente, a disgrafia participava desse transtorno. Os transtornos estão mais focados na disortografia, discalculia e dislexia. A dificuldade requer uma metodologia adequada com uma intervenção assertiva para reverter a situação, durando até um ano e meio.
Por isso, o Simpósio é essencial para divulgar mais informações sobre as dificuldades com os transtornos e contribuir com a disseminação de conhecimento para capacitar profissionais e leigos, nos dias 7 e 8 de julho. Qualquer pessoa pode se inscrever pelo site do Sympla.