A promoção da maior feira de beleza em Minas Gerais, a “Professional Fair” com a “Estética e Micro”, reunindo mais de 50 mil visitantes, no Expominas, movimenta o mercado e estimula diversos questionamentos, sendo o maior deles sobre o que é belo e o que isso tem a ver com a saúde mental?
O significado de beleza no dicionário envolve um conceito, expressando qualidade de algo belo, com características harmoniosas, atraindo a visão pelo fator agradável.
A beleza indica algo diverso, uma vez que é um aspecto variável de uma sociedade e, consequentemente, cultura.
Ou seja, a beleza está ligada ao caráter do ser ou da coisa que desperta admiração ou sensações agradáveis, isto quer dizer, a qualidade de um ser ou objeto que provoca sentimentos de elevação ou simpatia por seu valor moral ou intelectual.
Dessa forma, a programação dessas feiras sempre apresenta uma variada gama de produtos, serviços e profissionais reconhecidos para atrair um número crescente de pessoas na busca incansável pelo realce da própria beleza e de seus clientes.
Como muitos indivíduos acreditam que a beleza não é nada tangível, por existir somente dentro da cabeça de cada um, como um sentimento agradável, os padrões são considerados mutáveis. Ao longo dos anos, o contexto histórico e diversos outros fatores influenciam a construção do conceito de beleza.
Para se ter uma ideia, historicamente, o homem fez instrumentos, considerando tamanhos, usando formas e cores. A verdade é que a evolução da espécie incentiva o uso de dinheiro e tempo para deixar tudo mais bonito. Acredita-se que a população é sensível ao belo, afinal a beleza é considerada natural.
Assim, é fácil entender o investimento dos brasileiros em cuidados com a aparência. Para se ter uma ideia, um estudo do Serviço de Proteção de Crédito (SPC Brasil) revelou que 70,4% dos consumidores gastam dinheiro com produtos ou serviços de beleza, mesmo que não seja algo realmente necessário.
A questão é que se trata de um tema subjetivo. Basta considerar que, se perguntarem para você, porque alguém é belo, com certeza, poderá citar diversos aspectos que influenciam sua resposta e, com razão. A neurociência já estuda esse tema há muito tempo, considerando a experiência estética.
Afinal, o autocuidado sempre é benéfico, sendo que vai muito além do aspecto da beleza externa, impactando o interior, a mente e a autoestima. Responda, rapidamente, quantas vezes você deixou de sair de casa, porque não gostou da maneira como o seu cabelo estava? Ou porque era possível perceber espinhas e manchas no rosto?
Para você ter uma ideia ao pensar sobre essa pergunta, um estudo na Universidade de Nova Iorque promoveu testes de ressonância magnética funcional (fMRI), enquanto voluntários visualizaram pinturas, classificando-as em relação sobre como eram impactados pela arte, gerando inquietação ou entusiasmo. Os participantes informaram a intensidade, considerando nove possíveis tipos de emoções: felicidade, prazer, tristeza, confusão, temor, medo, repugnância, encantamento e grandiosidade.
A classificação apontou a existência de regiões cerebrais ativadas de forma diferente. A atividade em áreas cerebrais mais relacionadas ao processamento de informações decorrentes dos sentidos aumentava à medida que a pessoa classificava a obra como tocante ou de maior impacto. As conclusões destacaram que a experiência estética envolve a integração de uma rede gestora de regiões cerebrais de respostas sensoriais e emocionais.
Muitas pessoas consideram a vaidade como algo ruim, contudo é preciso ponderar esse processo. Afinal, estimula maior cuidado com o corpo, saúde e a aparência externa. Assim, uma preocupação natural promove mais cuidado com a imagem e, consequentemente, reflete quem cada um é e informa isso para os outros.
O tema e a preocupação com esses aspectos existem desde a antiguidade e, mais um exemplo está no mito grego de Narciso. Conhecido pela sua vaidade, ele era tão belo, a ponto de ser proibido de ver sua própria imagem, ou seria amaldiçoado, o que de fato aconteceu, uma vez que, ao se ver refletido em um lago, se apaixonou por si mesmo. Também existem diversas histórias e contos de fadas, como o da Branca de Neve com o espelho da madrasta.
Sempre é possível encontrar uma diversidade de beleza em qualquer lugar e, inclusive na internet. Não existe um padrão, já que o belo é amplo e há quem diga que a beleza está nos olhos de quem vê. Independentemente de fatores e padrões, qualquer um é fascinado pelo que é belo e isso tem muito a ver com a saúde mental, pois a beleza também é uma grande aliada na luta contra a ansiedade e depressão, considerados grandes males deste século.