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'Cinemateca não tem cargo prometido a atriz'. Ops, cadê a crase?

Regina Duarte recebeu um prêmio de consolação de Bolsonaro. Tudo certo, mas jornal bobeou em não colocar o acento no a


postado em 24/05/2020 09:10 / atualizado em 24/05/2020 09:15

(foto: Antônio Cruz/Agência Brasil )
(foto: Antônio Cruz/Agência Brasil )

Recado
“A linguagem é como a pele: com ela eu me contato com os outros.” - Roland Barthes

Adeus, namoradinha do Brasil

Regina Duarte chegou, mas não deu conta da pressão. Depois de 77 dias no cargo de secretária da Cultura, bateu asas e voou. Recebeu um prêmio de consolação - diretora da Cinemateca Brasileira. A Folha de S.Paulo foi saber o que é isso. Descobriu. “Cinemateca Brasileira não tem cargo prometido por Bolsonaro a atriz”, escreveu na chamada de capa. Ops! Cadê a crase? O acento se impõe porque não se trata de uma atriz qualquer. Mas de atriz definida: a velha namoradinha do Brasil. Na dúvida, vale apelar para o truque do troca-troca – substituir a palavra feminina por uma masculina. Se der ao, sinal de casamento de dois aa. Caso contrário, nada de aliança no anular esquerdo. Compare:

Cinemateca não tem cargo prometido por Bolsonaro à atriz.

Cinemateca não tem cargo prometido por Bolsonaro ao ator.

Regina Duarte visitou a deputada.

Regina Duarte visitou o deputado.

Simples assim.

Por falar em cinemateca...

Cinemateca rima com biblioteca, videoteca, discoteca, brinquedoteca. Reparou? Todas as palavras terminam com teca. As quatro letrinhas querem dizer isto: lugar fechado onde se guarda um montão de alguma coisa. Que coisa? Cinemateca guarda filmes. Biblioteca, livros. Videoteca, fitas. Cinemateca, filmes. E brinquedoteca? Está na cara – brinquedos. Vamos à farra?

Mais um capítulo

A fila anda. Regina Duarte sai, candidatos se apresentam. Um deles é o ator Mário Frias. A propósito, o Correio escreveu: “Nos últimos dias, Frias aproximou do presidente e até almoçou no Planalto”. Ops! O jornal cochilou. Esqueceu que os verbos são seres pra lá de ardilosos. Inconstantes, viram a casaca como nós trocamos de camiseta. É o caso de aproximar. Ora ele pede pronome. Ora o dispensa. Como saber? Analise o período:

Frias aproxima o copo.

Frias funciona como sujeito. Copo, como objeto direto. (O sujeito e o objeto são pessoas diferentes.) Às vezes, o sujeito e o objeto são a mesma pessoa: Frias aproximou Frias.

Pra evitar a repetição e tornar o enunciado mais claro, o pronome ocupa o lugar do objeto: Frias se aproximou. Eu me aproximo. Tu te aproximas. Nós nos aproximamos. Eles se aproximam.

Do Verissimo

“Se quem fala várias línguas é poliglota, quem fala três língua é triglota e quem fala duas línguas é biglota, quem fala uma língua o que é? Provavelmente americano.”

Desperdício

“Não é admissível criar novos tribunais”, foi o título do editorial do Globo de quinta. Baita pleonasmo. Ganha um bombom Godiva quem cria o velho. O velho se recria. Melhor: Não é admissível criar tribunais.

Leitor pergunta

“O Brasil é o terceiro país do mundo com maior número de contaminados pelo coronavírus”, anunciou o Jornal da CNN. É pleonasmo, não?

Celso Melo, Porto Alegre

Quem consegue citar um país que não seja do mundo? Melhor poupar palavras: O Brasil é o terceiro país com maior número de contaminados por coronavírus.



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