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Estado de Minas DICAS DE PORTUGUÊS

Artes marciais prestam tributo a Marte, o deus do mês de março

Soberano da guerra é o 'patrono' dos antigos guerreiros que usavam golpes de judô, caratê e aiquidô para se defender


26/02/2023 04:00 - atualizado 24/02/2023 23:36

Ator do filme 'The legend of Bruce Lee' faz gesto típico de lutas marciais
(foto: Netflix/divulgação)

Adeus, fevereiro. Bem-vindo, março. O nome do mês tem origem pra lá de especial. O pai dele é nada mais, nada menos que Marte. O deus da guerra é forte, valente e mau. Está sempre preparado pra luta. Onde há confrontos, lá está ele. Aparece de surpresa, num carro puxado por quatro cavalos. No campo de batalha, fica no meio dos soldados e luta com vontade. Todos morrem de medo dele.

Em homenagem ao temido senhor, o planeta Marte se chama Marte. O homem verdinho que nasce lá é marciano. O terceiro mês do ano se denomina março. Judô, caratê e aiquidô são lutas marciais. Márcio e Márcia pertencem à família. São guerreiros.

Luta marcial

Por que judô, caratê e aiquidô são lutas marciais? Eis a razão: há muiiiiiiiiitos anos, os guerreiros japoneses e chineses não tinham armas. Para o ataque ou a defesa, usavam o próprio corpo. Aprendiam, então, as lutas de guerra. Elas mesmas – as marciais.

Crônica da chuva anunciada

Chove de norte a sul do Brasil. Mas o litoral de São Paulo foi especialmente castigado. Alagamentos, enxurradas, enchentes, deslizamentos, perda de vidas são constantes no quadro dramático. Duas palavras ganharam manchete – enxurrada e enchente. Por que uma se grafa com x e a outra com ch?

Trata-se de uma das poucas regras de grafia. Depois de en, o x pede passagem. Assim: enxoval, enxame, enxada, enxergar, enxaqueca, enxaguar, enxerto, enxugar, enxofre, enxurrada.

Há exceções?

Não. O que existe é a regra que deixa pra trás todas as outras. Ei-la: a família acima de tudo. Diante dela, cessa tudo o que a musa antiga canta. A palavra derivada mantém-se fiel à primitiva, sem choro nem vela: cheio (encher, enchente), charco (encharcado), chapéu (enchapelar).

Sob e sobre

A dúvida pintou na redação do jornal. A matéria falava da forte chuva que despencou em São Sebastião. A questão: a cidade emergiu ou imergiu? Uma letra faz a diferença:
emergir = vir à tona
imergir = mergulhar
Ora, a cidade imergiu no caos. Depois, emergiu.

Curiosidade

A pessoa que mergulha imerge. Daí banho de imersão. Quando põe a cabecinha fora d´água, emerge.

Campeonato indesejado

Sabia? O Brasil é um dos países campeões de raios. Daí a proliferação de para-raios. 
A palavra é formada por para, terceira pessoa do singular do verbo parar (eu paro, ele para), que tem generosa família (para-choque, para-brisa, para-raios, para-lama, para-chispas). Todos se escrevem com hífen.

Paraquedas

Por descuido da reforma ortográfica, paraquedas e derivados (paraquedismo, paraquedista, paraquedismo) se grafam sem o tracinho.

Raios X

Singular? Plural? Com hífen? Sem hífen? Chega de perguntas. Eis a resposta: a duplinha raios X se escreve assim.

A descoberta

Wilhelm Rontgen, o descobridor dos raios X, era filho de tecelão. Estudou na escola técnica de Utrecht (Holanda), de onde foi expulso por supostamente fazer caricatura de um de seus professores.

Em 1865, foi reprovado por um dos professores que haviam participado de sua expulsão e não entrou na Universidade de Utrecht. Mas terminou doutor pela Universidade de Zurique. A primeira radiografia que ele fez foi a da mão da mulher dele, em 8 de novembro de 1895. Rontgen levou ao pé da letra o pedido “dá uma mãozinha aqui!”

Leitor pergunta

A frase “O mundo sem ninguém” está correta? A forma não seria “O mundo sem alguém”?
• Samantha Adci, Porto Alegre

O português é língua pra lá de brincalhona. Quer um exemplo? Pois sim quer dizer não. E pois não quer dizer sim. Nossa linguinha aceita a dupla negação. Por isso a gente diz “não vi nada”, “não vi ninguém”. Diz com a mesma desenvoltura “mundo sem ninguém”.

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