– Doutor, estou com ânsia de vômito, dor de cabeça e diarreia. Sinto cheiro de alimento e passo mal.
– Calma, senhora. Vou solicitar alguns exames e passar um medicamento para o enjoo.
– Nossa, doutor...
Após alguns minutos, com os exames em mãos, solicito à paciente que volte ao meu consultório.
– Senhora, o seu exame deu positivo!
– Como assim, doutor?
– Sim, parabéns! Agora é muito cuidado e carinho.
– Doutor? Carinho com COVID-19?
– Não! Você está grávida, é uma benção! Parabéns!
– No meio da pandemia, doutor?
–Uai…
O fato que temos é: a pandemia não acabou e ainda não temos uma projeção exata. As relações pessoais continuam acontecendo e, muitas vezes ,a maternidade e a paternidade podem fazer parte dos planos de vida de uma família ou pode acontecer por um descuido com os métodos contraceptivos.
A gestação deve ser acompanhada por profissionais de saúde capacitados, que serão responsáveis pela condução saudável e segura deste momento ímpar. Claro que, com a pandemia, muitos fluxos e agendas estão sendo adaptados, porém não podemos ser negligentes neste momento tão importante.
Não existe nem precaução e nem tratamento especial ou específicos para grávidas, no que se que se refere à COVID-19 e elas também não estão isentas de todas as medidas de segurança que todos nós estamos adotando.
As pacientes que apresentarem sintomas não devem deixar de ser acompanhadas, mas sim ofertado horários e locais adequados para avaliação segura da própria paciente, bem como das outras pacientes que podem vir a compartilhar o mesmo espaço.
As pacientes que apresentarem sintomas não devem deixar de ser acompanhadas, mas sim ofertado horários e locais adequados para avaliação segura da própria paciente, bem como das outras pacientes que podem vir a compartilhar o mesmo espaço.
O momento de pandemia não deve ser orientar a adoção de condutas desorientadas ou mesmo domiciliares. Há, sim, algumas situações que será possível o manejo domiciliar, mas nunca comprometendo a segurança do bebê, da mãe e de toda família.
Muitos procedimentos são domiciliares, porém a pandemia não mudou nenhum critério anterior que direcionava atendimentos domiciliares ou partos domiciliares.
Muitos procedimentos são domiciliares, porém a pandemia não mudou nenhum critério anterior que direcionava atendimentos domiciliares ou partos domiciliares.
Durante o momento do parto parto, com as devidas precauções, as gestantes devem ter seus acompanhantes ao lado para dar o suporte necessário de direito. É muito importante que o direito de ficar com o filho não seja privado da mãe.
A presença do acompanhante deve ser permitida (Lei Federal 1.108), e baseada na Lei 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, desde que a pessoa tenha de 18 a 59 anos; não tenha doenças crônicas; não apresente sintomas ou tenha tido contato recente com pessoa infectada ou não coabite com pessoas com suspeita ou diagnóstico de COVID-19.
De toda forma, a gravidez não é um castigo, pecado e nem nada de ruim. Um momento único na vida da mãe, pai e do bebê que está sendo gerado. O momento de pandemia já é intenso e problemático por si só, porém o processo de gestação é bonito e muito gratificante.
Às gestantes: tenham referências de bons profissionais de saúde, de confiança que irão te acompanhar durante todo esse período e sigam bem as orientações e aproveitem esse momento. Não tomem decisões baseadas em crenças ou conversas paralelas, pois a assistência médica é uma necessidade e um direito.
O acompanhamento da gestante deve ser realizado de acordo com as orientações do Ministério da Saúde e da Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: ericksongontijo@gmail.com