“Doutor, você pode passar uma injeção pra resolver esses problemas? Uma Benzetacil é tiro e queda!”
A saúde é cheia de insatisfações e quebras de expectativas, nem sempre a melhora é fruto da ação realizada pela equipe de saúde, medicina é a certeza das incertezas, muitas vezes a grande decisão médica é o que não será feito ou proposto para o paciente, já falamos muitas vezes em nossa coluna Primum non nocere - antes de tudo não prejudicar.
Leia Mais
Quando a dor que chega no Pronto-Socorro é da almaUFMG e Instituto Butantan: Prevenir é melhor que remediarDexametasona, o primeiro sinal verdadeiro de tratamento de COVID-19O desejo fatal pelos antibióticos: o que não mata faz mal, simInfecções sexualmente transmissíveis: por que é preciso falar sobre elas?O coronavírus não matou a dengueAs metas que importam para a sua saúde em 2021Por que você ainda precisa se proteger muito contra a COVID-19?A semana do dia 18 a 24 de novembro é marcada por ser a Semana Mundial de Conscientização do Uso de Antibióticos. E por que precisamos falar sobre isso? Para se ter uma ideia, 700 mil pessoas morrem por ano devido a não resposta ao tratamento com antibióticos - a famosa resistência bacteriana.
Essa resistência acontece quando há o uso indiscriminado de antibióticos, se não houver cautela podemos viver novamente pesadelos da década de 40, quando ainda não existiam antibióticos e as bactérias patogênicas faziam a festa.
O primeiro antibiótico foi descoberto, segundo os relatos, de maneira acidental. Em 1928, ao retornar de suas férias, o médico escocês Alexander Fleming percebeu que suas culturas bacterianas, especialmente de Staphylococcus aureus estavam contaminadas com mofo e não cresceram como outras sem esta contaminação.
O mofo Penicillium liberava substância que futuramente seria denominado Penicilina. Uma mudança para os tratamentos de Pneumonia, Sífilis, Difteria, Meningite e outras tantas doenças bacterianas que assolavam a humanidade.
O mofo Penicillium liberava substância que futuramente seria denominado Penicilina. Uma mudança para os tratamentos de Pneumonia, Sífilis, Difteria, Meningite e outras tantas doenças bacterianas que assolavam a humanidade.
A descoberta dos antibióticos revolucionou a história da medicina e o tratamento com eles colocou o médico na posição de protagonista da cura e não somente espectador do sofrimento e do avançar de muitas doenças.
Muitos dos pioneiros nesse tratamentos foram agraciados com o Nobel de Medicina. Não há dúvidas sobre a importância dos antibióticos, porém são armas que devem ser usadas de maneira precisa e com parcimônia.
Muitos dos pioneiros nesse tratamentos foram agraciados com o Nobel de Medicina. Não há dúvidas sobre a importância dos antibióticos, porém são armas que devem ser usadas de maneira precisa e com parcimônia.
Com frequência, pacientes chegam às consultas com a convicção de que um antibiótico é a solução ideal para o que estão sentindo e se esquecem dos medicamentos sintomáticos que agem contra a dor, febre, tosse, coriza e mal-estar.
O desenvolvimento da farmacologia possibilitou a descoberta de fármacos mais adequados e com doses, tempo e indicações mais precisas. Isso levanta um outro ponto fundamental nessa discussão: a utilização correta, seguindo a prescrição do seu médico.
A famosa “gaveta de remédios” que, muitas vezes contém sobras de tratamentos incompletos e conjuntos de “emergência”, pode trazer sérios problemas aos pacientes. Se sobrou medicamento, provavelmente é porque não foi realizado o tratamento completo.
Tenha uma certeza: você não precisa iniciar o uso de antibióticos antes de ver o seu médico, muitas vezes essa tentativa de ganhar tempo pode ser mais prejudicial que a própria doença.
A famosa “gaveta de remédios” que, muitas vezes contém sobras de tratamentos incompletos e conjuntos de “emergência”, pode trazer sérios problemas aos pacientes. Se sobrou medicamento, provavelmente é porque não foi realizado o tratamento completo.
Tenha uma certeza: você não precisa iniciar o uso de antibióticos antes de ver o seu médico, muitas vezes essa tentativa de ganhar tempo pode ser mais prejudicial que a própria doença.
Confie no seu médico, dê tempo ao tempo e entenda que na saúde a expectativa e a vontade são bem diferentes das possibilidades.
Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: ericksongontijo@gmail.com