"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas" - trechos de O Pequeno Príncipe, do francês Antoine de Saint-Exupéry, publicado em 1943. As lições desta obra são inúmeras, mas o que tem a ver com saúde, COVID-19 e o fechamento das cidades?
Infelizmente, mesmo após inúmeros doentes, inúmeras mortes, danos mentais, danos financeiros, comprometimento econômico, queda do PIB e tantas outras consequências desastrosas desta pandemia, muitos ainda não entenderam nada sobre o que está acontecendo.
Todo serviço é essencial sob alguma análise, seja pelo seu produto final, seja para o seu consumidor, ou até mesmo para seu executor. Só existe serviço ou produto porque alguém executa e outro consome. Há uma importância real, pois é fonte de sustento.
As medidas de controle são necessárias para diminuir a circulação de pessoas e, consequentemente, do coronavírus, agente causador da pandemia. Dessa forma, consegue-se ganhar tempo e diminuir o número de doentes, permitindo assim um alívio no sistema de saúde, seja ele público ou privado. Confesso que já está repetitivo, porém, para um grupo que ainda questiona o uso de máscaras, o óbvio ainda precisa ser repetido.
O que você pode fazer para controlar a pandemia?
- Higiene e uso de álcool em gel
- Uso de máscara
- Distanciamento social
Se o básico não está sendo feito o resultado é desastroso. Um estudo americano observou que os estados que liberaram os restaurantes para atendimento presencial e não tornaram o uso de máscaras obrigatório, em seis semanas os números de casos diários de COVID-19 aumentou e em dois meses observou-se aumento do número de mortos.
Faça o exercício de retrospectiva e verifique se isso também não aconteceu no Brasil. As consequências das ações coletivas não são imediatas e podem conduzir a conclusões totalmente equivocadas.
A culpa não pode ser aplicada a um setor comercial, a um profissional ou a uma ação do governo. É tudo multifatorial. Os escritórios, os mercados, os restaurantes, os bancos e, principalmente, o nosso costume.
A pandemia é reflexo da ação de cada um de nós e, por isso, as medidas governamentais mais radicais tentam amenizar o comportamento individual para diminuir os impactos coletivos.
Em vários países, como o Canadá, o consumo de itens em supermercados e comércios já é controlado há muitos meses. De nada adianta os bares e restaurantes fechados e festinhas particulares estarem causando aglomerações sem controle algum (é fato que muitas unidades comerciais conseguiram ótimos protocolos de controle de atividades e estão muito seguros, mais seguros que as festinhas domésticas, sem dúvidas).
Nós somos escravos de nossas escolhas e das nossas negligências. Sabe aquele seu amigo festeiro? Se você continuar fingindo que não tem nada errado, uma hora a pandemia pode realmente virar uma realidade fatal para você.
Após um ano de pandemia, e de muitos estudos e pesquisas - dentro e fora do ambiente acadêmico -, o que mais surpreende não são os resultados que conseguimos, mas sim a negligência, o negacionismo, a irresponsabilidade e o fingir desconhecimento de muitos.
Não acredite que você irá encontrar uma resposta simples para um problema mundial e complexo numa mensagem de whatsapp ou um tweet.
O presidente dos EUA, Sr. Biden, criticou os estados americanos que permitiram a abertura sem controle do comércio e a não obrigatoriedade das máscaras. Ele chama de grande erro e afirma ser o reflexo de um pensamento neandertal.
Fico pensativo sobre o que os nossos líderes estão falando sobre a pandemia, sobre os números e as resposta aos questionamentos da população. Estamos vivendo a mesma realidade?
A análise final do estudo americano transmite que é possível observar alterações de contaminações 20 dias após as aberturas descontroladas e, de mortes, após 80 dias.
O problema, ao final, não é somente a abertura ou fechamento, mas se os protocolos estão sendo respeitados. Você prefere ser chato com saúde ou morto legal?
Tem alguma dúvida ou gostaria de sugerir um tema? Escreva pra mim: ericksongontijo@gmail.com