Jornal Estado de Minas

Prevenção

O peso do escudo

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Parece que as fake news deram uma trégua. Será por conta da CPI da COVID-19? Acho que nunca saberemos a resposta correta, mas vamos seguindo em busca de informação de qualidade e tentando atingir o maior número de pessoas.



Em meio a tanta polêmica, tanta confusão e tantos números de compras, vendas, propina, golpe, recusa, acabamos perdendo o fôlego e o foco em assuntos ainda essenciais de continuarem no centro das atenções: COVID-19, proteção, pandemia, melhores tratamentos e boas práticas. Quando as vacinas não estavam sendo distribuídas, as dúvidas também não apareceram com o mesmo volume que agora. Natural: como os imunizantes ainda estavam só na esfera do sozinho, a população acabou não levantando dúvidas que hoje já são comuns em consultórios e qualquer roda de conversa.

Agora que o sonho está virando realidade para mais pessoas e mais grupos que estão sendo vacinados, tenho percebido muita gente sentindo um “frio na barriga” e fazendo a mesma pergunta que comentei na última semana: "Será que não é melhor pegar COVID?". Não. Não. E não! Deixa de "bubiça" e não "inventa moda".

As datas e a velocidade de vacinação são diferentes em cada município. O que é comum são os critérios. As pessoas mais frágeis e com comorbidades estão sendo chamadas e têm prioridade. Após esse critério seguem os grupos especiais como, por exemplo, as grávidas - lembrando que gravidez não é doença. Mas é uma condição de atenção e cuidado bem delicado para as mulheres e observou-se que se as grávidas contraem COVID-19 estão expostas a um risco muito grande e que inclusive foi a causa de aumento da mortalidade deste grupo durante a pandemia.



Olha que interessante: previamente todo mundo estava preocupado e com pensamentos do tipo: "Eu tenho doença, eu preciso me vacinar, preciso me proteger, preciso me afastar do trabalho." E agora não é raro escutar "mas eu tenho tal doença, será que vou tomar essa vacina? Será que a vacina é segura?". São as dúvidas do ser humano, as inquietudes e as ansiedades. De toda forma, vou repetir o que tenho como um mantra: todo mundo merece e deveria ter um médico para chamar de "seu", se te perguntarem "quem é seu médico" isso deveria ser natural.

Exatamente por isso que temos a ESF - Estratégia de Saúde da Família. Sim! O posto de saúde é uma excelente referência para o cuidado. Ou seja, não tem desculpa para falar que não tem médico. Assim todos conseguem tirar suas dúvidas e tomar as decisões de maneira compartilhada da melhor forma e preservando a sua saúde.

Se você tem alguma dúvida se deve ou não ser vacinado, antes de consultar o google, whatsapp, a vizinha, o amigo, ou o tio que leu uma notícia, por favor converse com seu médico, tenho certeza que ele irá acolher a sua demanda.



O critério para uso de terapias e medicamentos é sempre segurança antes de tudo. O que também pauta nossas condutas é o princípio da não maleficência, não devemos nunca prescrever algo inseguro ou que cause o mal, mas para chegar a essa conclusão é necessário mais do que horas de Grey's Anatomy, Dr. House, O Bom Doutor ou o já "cringe" ER - Plantão Médico. Use esse direito e necessidade, tenha um médico para tirar suas dúvidas e cuidar bem da sua saúde. O seu médico conseguirá ser a balança para te ajudar a definir qual o peso do escudo que você irá carregar, ou seja, o que não vale a pena se expor e o que vale a pena.

Use máscaras! Use álcool gel! Mantenha o distanciamento social e vacine-se!

audima