As dúvidas existenciais do mundo moderno pandêmico. Agora que os sommeliers de vacina escolheram qual é o melhor imunizante, estão em busca da nova dose. "Posso tomar uma nova dose, de uma marca diferente da primeira?". Eu gostaria que a pergunta fosse: quando vamos vacinar toda a população e não quando vou poder repetir a dose, mas nem tudo na vida é da forma como a gente gostaria.
O último dado de vacinados com a primeira dose é de 104.049.682 de brasileiros, o equivalente a 49,14% da população do nosso país. Toda dose aplicada é motivo de comemoração, mas não podemos nos esquecer do percentual de pessoas que tomaram a segunda dose ou a dose única e estão imunizados: 20,6%.
Um outro dado importante de termos em mente: são 1.581 jovens, entre 10 e 19 anos, no Brasil, que perderam a vida para a COVID-19. Um número que já ultrapassou os óbitos por câncer e todas as outras causas de mortes naturais (causadas por doenças ou mau funcionamento do corpo, não por causas violentas). Por isso, defendo que os insaciáveis das vacinas precisam ter um pensamento mais coletivo e entender que ainda tem gente na fila.
A pergunta do momento deveria ser: quando vamos ganhar uma medalha por 80% da população vacinada? O vírus é esperto e, a cada dia, uma nova "safra" está sendo selecionada. Semanalmente, nós discutimos nessa coluna que não é um tiro de 100 metros rasos, mas sim uma grande maratona: temos que hidratar, correr, caminhar, esticar, para que o esgotamento não chegue.
Em época de Olimpíadas, quem está à frente no quadro das medalhas e quem são os campeões? Ainda não temos, mas conhecemos de perto os resistentes.