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Setembro Amarelo: tem gente que pode te ajudar

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Cuidar da saúde não é algo natural, realmente precisamos estar atentos. As campanhas de conscientização são excelentes para mobilizar as pessoas em um bem comum. O Setembro Amarelo é um exemplo: o mês de conscientização da prevenção de suicídio.



As doenças têm suas apresentações e seus caminhos. Esses percursos são alterados pelas pessoas e profissionais treinados que garantem melhoria na qualidade de vida, e esse é o principal objetivo dos profissionais de saúde: promover a saúde e o bem estar.

Há um pensamento ingênuo que tenta entender os porquês, o porquê da depressão, da ansiedade, da tentativa de suicídio. Costumo dizer em meus atendimentos que a pergunta correta é o como vem acontecendo e como vamos abordar e tratar. O esforço de se entender os motivos é inócuo, a princípio. Em momentos fora de crise conseguimos pensar em estratégias para evitar novos eventos ruins e a busca pela estabilidade.

Compartilho abaixo algumas informações do Manual de Profissionais da Saúde da Atenção Primária para Prevenção do Suicídio, lançado em 2000 pela Organização Mundial de Saúde (OMS):

Mais homens perdem a vida por suicídio, apesar de o número de tentativas ser maior entre as mulheres; a faixa etária com maior incidência é entre 15 e 35 anos e acima dos 75 anos. Pessoas casadas possuem menores taxas de suicídio. Os profissionais médicos, veterinários, farmacêuticos, químicos e agricultores têm taxas de suicídio maiores que a média. Aqueles que perdem o emprego têm taxas maiores que aqueles que já estão desempregados.



Outras situações a que devemos estar atentos:

- Comportamento retraído, inabilidade para se relacionar com a família e amigos

- Doença psiquiátrica

- Alcoolismo

- Ansiedade ou pânico

- Mudança na personalidade, irritabilidade, pessimismo, depressão ou apatia

- Mudança no hábito alimentar e de sono

- Tentativa de suicídio anterior

- Odiar-se, sentimento de culpa, de se sentir sem valor ou com vergonha

- Uma perda recente importante - morte, divórcio, separação, etc.

- História familiar de suicídio

- Desejo súbito de concluir os afazeres pessoais, organizar documentos, escrever um testamento, etc.

- Sentimentos de solidão, impotência, desesperança

- Cartas de despedida

- Doença física

- Menção repetida de morte ou suicídio

Especialmente a depressão tem forte relação com o suicídio e alguns de seus sinais são:

- Sentir-se triste durante a maior parte do dia, diariamente

- Perder o interesse em atividades rotineiras

- Perder peso (quando não em dieta) ou ganhar peso

- Dormir demais ou de menos ou acordar muito cedo

- Sentir-se cansado e fraco o tempo todo

- Sentir-se inútil, culpado e sem esperança

- Sentir-se irritado e cansado o tempo todo

- Sentir dificuldade em concentrar-se, tomar decisões ou lembrar-se das coisas

- Ter pensamentos freqüentes de morte e suicídio

As medidas de comportamento e estratégias de qualidade de vida são fundamentais para quase todas as doenças, especialmente para a depressão e ansiedade.Neste documento da OMS a conclusão é: compromisso, sensibilidade, conhecimento, preocupação com outro ser humano e a crença de que a vida é um aprendizado que vale a pena - são os principais recursos que os profissionais de saúde têm. Apoiados nisso, eles podem ajudar a prevenir o suicídio.

Precisa de ajuda? Ligue 188! Você não está sozinho (a). A ONG CVV - Como vai você? possui um número de suporte nacional - 188. O atendimento está disponível 24 horas por dia, com pessoas treinadas em acolhimento de indivíduos em sofrimento mental, especialmente com pensamentos suicidas. Além do telefone, eles fazem contato via e-mail, whatsapp, telefone e presencialmente, uma grande corrente do bem pela vida que realiza mais de 3 milhões de atendimentos por ano.

audima