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Na luta contra o HIV existe mais que camisinha, você sabia?

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Os métodos para proteção contra doenças sexualmente transmissíveis devem ser de amplo conhecimento. A educação sexual, que é muito criticada por alguns setores da sociedade, é necessária e de extrema importância - a ação contra doenças e também como método contraceptivo é inegável. A maior arma no planejamento de saúde e familiar é a informação. Os métodos devem ser acessíveis e utilizáveis.



Nessa semana, não vamos falar dos métodos contraceptivos, mas sim de um método utilizado acessível, disponibilizado pelo SUS e que para muitos, inclusive médicos, não é tão conhecido.

Algumas situações como acidente biológico, relação sexual desprotegida e violência sexual expõem a riscos de contrair doenças que por vezes não têm cura e têm um impacto importante na vida das pessoas. Para algumas situações temos um recurso muito importante que é a PEP: Profilaxia Pós Exposição. Uma medida de prevenção de urgência que diminui o risco de contrair o vírus HIV (existe uma específica para hepatite B).

Quando identifica-se o evento, deve-se procurar atendimento específico (muitas vezes pode ser uma UPA ou pronto socorro - não é difícil o acesso). O ideal é iniciar o mais rápido possível, nas primeiras duas horas, com um limite de 72 horas após a exposição. Ao buscar o serviço de saúde, a pessoa explica o ocorrido e o tratamento profilático começa de imediato e tem duração em média de 28 dias de tratamento.

O tratamento de pós contato de risco já é conhecido por muitos de nós, mas você conhece a PrEP? Sabe como a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV funciona?

Tomada diária e contínua de um comprimido de anti-retroviral, de forma a deixar o organismo preparado para um possível contato com o vírus do HIV. O comprimido é uma combinação de dois medicamentos que tentam bloquear os caminhos do HIV no corpo. Não funciona como uma medicação do dia seguinte ou uma dose única, é necessário tomar diariamente de maneira contínua. Os efeitos de proteção podem ser identificados após sete dias do início da profilaxia.



Esse recurso é extremamente importante para pessoas que possuem comportamento sexual que ofereça risco de contrair o vírus do HIV. A PrEP não irá proteger contra outras doenças, porém para esse agente ainda terrível fala-se de eficácia de 90% da proteção. Esta ação combinada ao uso de camisinha aumenta muito a proteção.

Quem é o candidato a usar PrEP?

Ela é indicada para pessoas que têm maior risco de contato com o vírus HIV. Não é de maneira preconceituosa e nem estigmatizante, mas sim baseado em dados epidemiológicos. Homossexuais e outros homens que fazem sexo com homens (Sigla atual HSH), pessoas trans e trabalhadores do sexo. Pessoas que deixam de usar camisinha em suas relações sexuais, que têm relação sexual com alguém que seja HIV positivo que não está em tratamento, que faz uso repetido de PEP ou apresenta episódios repetidos de infecções sexualmente transmissíveis.

O médico e os profissionais da saúde são responsáveis por sanar as dúvidas, para acompanhar, tratar e também para prevenir. Não é função de nenhum de nós julgar a realidade e nem as ações dos nossos pacientes, mas sim oferecer as melhores opções disponíveis para a busca da vida saudável.



Com certeza tomar um comprimido por dia é melhor do que contrair o HIV. Para os que vão começar a achar empecilhos, devemos nos lembrar que prevenção de gravidez em uso de pílula contraceptiva é uma medicação ao dia, tratar hipertensão, diabetes e hipotiroidismo requer o uso diário de medicamentos. Então, se você preenche as características acima descritas, é uma boa atitude discutir com seu médico sobre o início dessa nova rotina profilática.

O SUS oferece os medicamentos, o acompanhamento, os exames e inúmeras outras ações para a boa profilaxia. Não usar esse serviço oferecido pelo nosso Brasil é jogar ouro fora. Os cuidados de saúde vão muito além dos check-ups divulgados por aí, é muito mais do que somente medir a pressão e renovar a receita. Saúde é se envolver com o seu médico e seus profissionais de saúde, para que seja realizado o melhor tratamento, de maneira individualizada e humanizada.