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Estado de Minas

50 intelectuais negras e negros para refletir sobre as relações raciais


03/08/2023 15:00
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Uma mulher negra de cabelo preto trançado segura um livro em frente ao seu rosto. Ao fundo, uma estante cheia de livros
(foto: Maxwell Vilela/Reprodução)

O apagamento do conhecimento de determinados grupos sociais foi e ainda é uma constante nos espaços de poder, sejam eles na política institucional, na academia ou até mesmo na cultura. Essa hierarquização de saberes que dita que o conhecimento produzido pelo homem europeu ou por seus descendentes possuem mais legitimidade do que a de outros grupos tem provocado um epistemicídio que culmina na desqualificação do conhecimento produzido por qualquer outro indivíduo  que não seja homem e branco.

Se a sociedade é tão diversa, por que mesmo que os cânones acadêmicos eleitos são tão parecidos? Esse corporativismo para se manterem como protagonistas do saber enterra vivo o conhecimento rico e plural de uma grande parcela da população. Um conhecimento que impacta diretamente nas relações sociais de quem é oprimido de múltiplas formas a ponto de conseguirem convencer, por exemplo, a população negra, que é a maioria numérica, de que ela é minoria. Pior do que isso, fazem com que a população negra se comporte e pense como minoria. Fazendo com que as reflexões sobre as desigualdades e falta de acessos se restrinjam a uma conversa rasa e sem um aprofundamento teórico necessário. 

Em um país como o Brasil, que possui pouco mais de 500 anos – dos quais em quase 400 a população negra foi escravizada e a população branca escravizou – é cruel dizer que as relações raciais são um assunto novo e que há pouca reflexão e produção teórica sobre o assunto. Algumas pessoas se deixam convencer que é um assunto em voga, na moda e tal, mas vou adiantando que é um assunto inerente à formação da população do país, e acreditar nisso é cair na armadilha do racismo. Como diria Jurema Werneck: nossos passos vêm de longe. 

Para ampliar horizontes e possibilitar reflexões fundamentadas que fujam do racismo, vou listar aqui só 50 intelectuais negras e negros que possuem obras publicadas para você pesquisar e conhecer. Faltou gente? Faltou, mas felizmente não cabe todo mundo em um único artigo.

  1. Abdias do Nascimento
  2. Adilson Moreira
  3. Alan da Rosa
  4. Alex Ratts
  5. Amauri Pereira dos Santos
  6. Ana Célia Silva
  7. Ana Cláudia Pacheco
  8. Ana Maria Gonçalves
  9. Beatriz Nascimento
  10. Carolina Maria de Jesus
  11. Cida Bento
  12. Conceição Evaristo
  13. Clóvis Moura
  14. Deivison Faustino
  15. Denis Oliveira 
  16. Denise Ferreira da Silva
  17. Edmilson de Almeida Pereira
  18. Eduardo de Oliveira
  19. Gabriel Nascimento
  20. Geni Guimarães
  21. Gevanilda Santos
  22. Guerreiro Ramos
  23. Hedio Silva Junior
  24. Helena Theodoro
  25. Joselina da Silva
  26. Joel Rufino dos Santos
  27. Joel Zito de Araújo
  28. Jurema Werneck
  29. Kabenguele Munanga
  30. Leda Maria Martins
  31. Lélia Gonzalez
  32. Luiza Bairros
  33. Mãe Stella de Oxóssi
  34. Marcos Antônio Cardoso
  35. Maria de Lourdes Siqueira
  36. Milton Santos
  37. Mundinha Araújo
  38. Muniz Sodré
  39. Nego Bispo
  40. Nei Lopes
  41. Neuza Santos Souza
  42. Nilma Lino Gomes
  43. Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva
  44. Renato Nogueira
  45. Rosa Margarida
  46. Sueli Carneiro
  47. Solano Trindade
  48. Tiganá Santana
  49. Thula Pires
  50. Zelia Amador de Deus

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