As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil. Estima-se que sejam registradas mais de 350 mil mortes por ano. O diabetes mellitus tipo 2 (aquele diabetes que não é dependente de insulina) é um fator de risco cardiovascular e renal prevalente no nosso país, acometendo 13 milhões de pessoas, sendo que mais de 70% deles não estão sob controle.





Consideramos o diabetes tipo 2 uma doença de características eminentemente vasculares, com dano severo em todos os territórios. A doença cardiovascular se manifesta de forma precoce, grave e também com acometimento renal, levando ao aumento do risco cardiovascular nesses pacientes com diagnóstico de doença renal. 

A expectativa de vida é diminuída, estimada em torno de seis a sete anos, quando comparado com um indivíduo da mesma idade, sem diabetes mellitus. O risco relativo de morte devido a eventos cardiovasculares em pessoas com diabetes tipo 2 é três vezes maior do que na população em geral.
 
 

A prevalência de doença renal do diabético é alta, sendo que um em cada três diabéticos vai desenvolver doença renal crônica. A incidência de doença renal crônica em pacientes diabéticos é quatro vezes maior do que naqueles sem diabetes. As sociedades de cardiologia de todo o mundo já consideram a doença renal crônica como um fator de risco tão importante quanto a hipertensão arterial ou o colesterol elevado. Quando a hipertensão arterial se associa com o diabetes, o risco de doença cardiovascular é aumentado em 75%.





Hoje, o tratamento do diabetes tem evoluído muito com o uso das novas drogas que protegem o sistema vascular (vasos sanguíneos), o rim e controlam melhor a glicose e a glicohemoglobina. Devemos manejar adequadamente a glicemia, o colesterol elevado, a hipertensão arterial, desencorajar o tabagismo, uma dieta saudável com ênfase na ingestão de legumes, vegetais, frutas, nozes, peixe e grãos integrais.

A atividade física como promoção de saúde cardiovascular, com 150 minutos por semana de maneira moderada, é o ideal. Drogas que controlam a hipertensão arterial têm uma ação de proteção renal com retardo no desenvolvimento da insuficiência renal. As visitas regulares ao médico podem auxiliar a reduzir a carga da doença vascular e renal dos pacientes diabéticos.

Recentemente, tivemos a alegria de contar com as mais recentes drogas, que especificamente protegem a evolução da doença renal do diabetes, atrasando dessa maneira o curso  desfavorável e grave da insuficiência renal. 

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