Não tive a honra de ver Pelé jogar. Como muitos brasileiros, crianças na década de 90, a história não foi tão generosa comigo. Mesmo assim carrego, como tantos concidadãos, a eterna música: A, B, C! A, B, C! Toda criança tem que ler e escrever!
A mensagem real era simples, como era também o próprio Rei, companheiro de escola durante o início do Ensino Fundamental: um país de verdade se constrói a partir de uma base educacional sólida, valorizando o profissional docente e incentivando crianças a frequentarem o espaço escolar.
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Passada essa noite de tristeza que vivemos no Brasil, marcada pela negligência em relação à vacinação das crianças, onde governantes sentiram “saudade do trabalho infantil”, culminando na torpe frase “pintou um clima”, tivemos um Rei que, mesmo sendo Ministro do Esporte, elaborou um decreto para a pasta da educação: lugar de criança é na escola!
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Devemos essa a você, Pelé! O menino Edson, cuja mãe, dona Celeste, havia traçado o sonho de ser professor. Acabou que o maior mestre da bola o foi de alguma forma, pois como patrono da alfabetização brasileira, se tornou embaixador da educação no mundo todo.
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Ainda bem que, em meio a essa gente retrógrada, sem conhecimento histórico, que pede a volta da família real portuguesa, temos o Pelé. Um Rei esclarecido, embaixador da Unicef, menino pobre de Três Corações, negro, defensor da alfabetização e da escola, um legítimo representante do povo brasileiro.