Jornal Estado de Minas

DA ARQUIBANCADA

Contra quem joga e deixa jogar, Galo haverá de triunfar

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A partir desta segunda-feira, até o outro domingo, abrem-se – ou se fecham – as portas da esperança. Na segundona, o Galo enfrenta o Palmeiras. No domingão, o Flamengo. Diferentemente de Sport, Bahia ou Fortaleza, as estaturas e pretensões de ambos não os permitem se trancar no ferrolho da retranca impenetrável – esse 11-0-0 que deveria ser considerado crime, visto que lesa-pátria de chuteiras.


A retranca tem sido a inimiga número 2 do Galo de Sampaoli – a de número 1 é nossa capacidade sui generis de perder os gols que se apresentam, fazendo de qualquer catador de bola um Dasayev melhorado. Os melhores momentos de jogos do Galo tornaram-se um melancólico retrato do nosso infortúnio, esse corvo a tanto tempo pousado no umbral das nossas portas.

O atleticano agora torce pelo retorno do Tardelli, ainda que de muletas. Seria prudente, penso eu, a realização de um ebó, desde que conduzido por pai de santo pago em cash e à vista, com os valores integrais declarados à Kroll. Só não me chamem o Tranca-Ruas, porque de ferrolho já estamos com o saco cheio.

Pois bem, reside aqui a nossa chance: Palmeiras e Flamengo, postulantes naturais ao título, estarão destrancados, o famoso “joga e deixa jogar”. Na segunda-feira ganharemos o reforço de Hyoran, impedido por contrato de jogar contra o ex-clube, o Palmeiras (quando Hyoran sair do Atlético, sugiro uma cláusula que o obrigue a jogar contra nós os 90 minutos). Por outro lado, não contaremos com Harry Keno – que, vamos convir, não foi esse furacão todo nos últimos jogos, no máximo, um pé de vento.


“Agora teremos tempo para treinar!”, ergue-se o atleticano otimista. Sim, existe isso, o atleticano otimista – uma lição de fé e resiliência, à medida que permanece vivo mesmo depois do massacre da serra elétrica a que fomos submetidos desde sempre. De certa forma me encontro entre esse tipo de zumbi, sempre apegado ao mantra do Eu Acredito. Sampaoli há de botar o pé desse pessoal na forma, eu acredito. Senão, o negócio é andar sobre a brasa sempre que perder aquele que “até vovó fazia”. Se tal método já estivesse em curso, Savarino estaria mais vitimado por sua bolha do que o meu tio Paulo em sua luta contra a corrupção.

Infelizmente, o “tempo para treinar” advém das nossas eliminações na Copa Sul-Americana e na Copa do Brasil. É uma tristeza: a semana cheia de futebol, pelejas para todos os gostos, e a gente só torcendo pela desgraça de terceiros, sempre David, nunca Golias. Estatisticamente, o secador é igual ao Russomano na disputa pela Prefeitura de São Paulo – entra com tudo e termina sempre eliminado.

La garantia soy yo!, o pior secador de todos os tempos. Foi só ligar a televisão no jogo do Crüzëirö contra o Náutico e, pimba!, gol do Crüzëirö. Pode botar esse pontinho na minha conta. Em todo caso, a eliminação da Copa do Brasil deve sempre ser celebrada. Não fosse o Goleiro Que Joga À Noite De Boné, praticamente um nome próprio, tava nóis até hoje de Dudamel, Deus me livre. No final das contas, foi o Dasayev de bombeta que nos deu a chance de ter Sampaoli.

Mas de que adianta Sampaoli sem a bola na casinha? De que adianta Sampaoli, se não temos a chave que abre o ferrolho? Contra Palmeiras e Flamengo, jogos de 12 pontos, temos a melhor chance de destrancar a porta da esperança. Vamo, Galo, pelamordedeus!