Chegou a hora da onça beber água. A hora que a porca torce o rabo. A hora do Galo. “Um galo sozinho não tece uma manhã”, ensina o poeta, “ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos”.
É claro que João Cabral de Melo Neto, embora ex-jogador do Santa Cruz, estava a falar do Galo – com G maiúsculo, João, assim você não passa no Enem.
De um que apanhe esse grito que ele e o lance a outro; de um outro galo que apanhe o grito de um galo antes e o lance a outro; e de outros galos que com muitos outros galos se cruzem os fios de sol de seus gritos de galo, para que a manhã, desde uma teia tênue, se vá tecendo, entre todos os galos”.
É claro que João Cabral de Melo Neto, embora ex-jogador do Santa Cruz, estava a falar do Galo – com G maiúsculo, João, assim você não passa no Enem.
Vejo carreatas e panelaços contra o presidente genocida. Sugiro que todos participem, mesmo os inocentes que seguem úteis e as cabeças de gado. Senão para protestar, pelo menos como balão de ensaio para algo ainda mais importante, afinal é Galo acima de tudo: as carreatas e os panelaços a favor do Atlético.
O Galo sozinho não vai tecer a manhã. Por isso, vá à janela e lance a outro seu grito de Galo. Até você, cruzeirense, aproveite para realizar o seu sonho secreto – a saber, botar para fora o grito entalado na garganta, o grito de Galo. Precisamos de uma frente ampla.
O Galo sozinho não vai tecer a manhã. Por isso, vá à janela e lance a outro seu grito de Galo. Até você, cruzeirense, aproveite para realizar o seu sonho secreto – a saber, botar para fora o grito entalado na garganta, o grito de Galo. Precisamos de uma frente ampla.
Mergulhe numa jacuzzi de álcool gel, vista um escafandro e apresente-se para o Inferno Alvinegro. Cidadãos de bem e cidadãos do mal, desde que atleticanos: precisamos de todos para receber o Galo no aeroporto depois da vitória de hoje sobre o Vasco da Gama. Faça como Assis Valente: vista a camisa listrada e saia por aí.
Ostente a armadura com pompa em qualquer circunstância, casamento, velório, reunião virtual. De hoje até a 38ª rodada, façamos de Belo Horizonte um Capitólio atleticano.
No lugar daquele quepe com chifres, a crista de Galo que fazia nossa cabeça em antigos carnavais. No lugar da bandeira confederada, o pavilhão do Clube Atlético Mineiro, o preto e o branco em condições de igualdade.
Ostente a armadura com pompa em qualquer circunstância, casamento, velório, reunião virtual. De hoje até a 38ª rodada, façamos de Belo Horizonte um Capitólio atleticano.
No lugar daquele quepe com chifres, a crista de Galo que fazia nossa cabeça em antigos carnavais. No lugar da bandeira confederada, o pavilhão do Clube Atlético Mineiro, o preto e o branco em condições de igualdade.
Está óbvio que este é um campeonato desenhado pra gente ganhar: o surto da COVID-19, a pandemia que se alastra, o ser humano em xeque, o Brasil despedaçado – quanto mais obstáculo houver, mais Galo será.
Este é o nosso roteiro mais manjado, a jornada do herói atleticano: em quarto na tabela, escalaremos os degraus como um Robert de Niro subindo a montanha em A Missão, com chuva, pedaço de pau caindo na cabeça, musgos escorregadios, botas traiçoeiras.
O roteirista carregou nas tintas ao fazer de Abel Braga o vilão do episódio derradeiro. Tenho a impressão de que corrigirá em tempo o deslize, escalando o Flamengo, claro, para a batalha final – quando então teremos a Carminha diante da Nina, a Força contra o Império, Diadorim versus Hermógenes. Claro que esse Kylo Ren será atirado no fogo ao fim da trama, quando a Força vencer – a Força Atleticana de Ocupação.
Este é o nosso roteiro mais manjado, a jornada do herói atleticano: em quarto na tabela, escalaremos os degraus como um Robert de Niro subindo a montanha em A Missão, com chuva, pedaço de pau caindo na cabeça, musgos escorregadios, botas traiçoeiras.
O roteirista carregou nas tintas ao fazer de Abel Braga o vilão do episódio derradeiro. Tenho a impressão de que corrigirá em tempo o deslize, escalando o Flamengo, claro, para a batalha final – quando então teremos a Carminha diante da Nina, a Força contra o Império, Diadorim versus Hermógenes. Claro que esse Kylo Ren será atirado no fogo ao fim da trama, quando a Força vencer – a Força Atleticana de Ocupação.
Chegou a nossa hora. A hora H, o dia D. Prepare-se, porque seremos campeões daquele jeito que só a gente sabe, com o queijo na mão e a faca partida ao meio, aos trancos e barrancos, na bacia das almas, convertendo o ateu e enfartando os fiéis.
Sinto que vamos ganhar a bagaça, e isso terá levado uma vida. Senhores, estamos a viver os 45 minutos do segundo tempo. À exceção do Savarino, vamos segurar as pontas.
Publique-se no Diário Oficial do Município: de hoje até a última rodada do Brasileirão, fica proibido morrer. Todo atleticano tem o direito de assistir com os próprios olhos. Gaaaaaaaaaalo!!!
Sinto que vamos ganhar a bagaça, e isso terá levado uma vida. Senhores, estamos a viver os 45 minutos do segundo tempo. À exceção do Savarino, vamos segurar as pontas.
Publique-se no Diário Oficial do Município: de hoje até a última rodada do Brasileirão, fica proibido morrer. Todo atleticano tem o direito de assistir com os próprios olhos. Gaaaaaaaaaalo!!!