(none) || (none)

Continue lendo os seus conteúdos favoritos.

Assine o Estado de Minas.

price

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Assine agora o Estado de Minas por R$ 9,90/mês. ASSINE AGORA >>

Publicidade

Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Galo precisa de um rival à altura. Bem-vindo, América!

Como um time grande não vive sem adversário, e o ocaso do Cruzeiro é mesmo sério, vida longa ao Coelho


19/03/2022 04:00 - atualizado 19/03/2022 07:16

Detalhe da Massa atleticana, sempre pronta para apoiar o Atlético e confiante em mais uma temporada vitoriosa
Detalhe da Massa atleticana, sempre pronta para apoiar o Atlético e confiante em mais uma temporada vitoriosa (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Nesses tempos de Campeonato Mineiro, às vezes, me parece insuficiente a miligramagem deste Rivotril chamado Atlético Mineiro. Não é fácil atravessar a semana tendo tomado apenas uma dose de Galo, ainda mais contra a uma trôpega Pantera de Governador Valadares. A dose de reforço não é lá essas coisas: a Caldense de hoje serve apenas para aliviar a abstinência, mas definitivamente não resolve os nossos problemas existenciais.

Por isso nos apegamos a outras drogas, de modo a obter o efeito desejado. E nenhuma dessas linhas auxiliares tem sido mais eficiente do que acompanhar o Cruzeiro em sua luta contra si mesmo. Trata-se de uma tragicomédia com toques de pastelão e atores canastrões, arremedo de dom Corleone com as melhores novelas mexicanas. Uma diversão garantida, dessas que ajudam a vida a correr livre, leve e solta.

Salvo engano, Ronaldo é mesmo um fenômeno: comprou um Corolla (2010, vai), pagou apenas um Fusca, e agora condiciona a transferência do veículo à inclusão do apartamento do vendedor ao negócio que se achava fechado. Havia um contrato assinado entre as partes, com cláusulas sigilosas. Pelo que depreendo do barraco como um todo, o contrato pode ser reescrito, e as cláusulas sigilosas são públicas. É reconfortante ter notícias do Cruzeiro quando só se fala da guerra.

Pessoas certamente mais elevadas do que este escriba perguntam se o ocaso do Cruzeiro não faz mal ao Atlético, afinal, um time grande precisaria de um arquirrival à altura. Para evitar polêmicas, digo que sim. Mas internamente o meu espírito de porco regozija-se a cada passo do arquifreguês em direção ao abismo. E a safada da SAF só enche o atleticano de esperanças em um mundo melhor – um mundo sem o Cruzeiro! Make América Great Again!

Na falta de Atlético, afeiçoei-me ao Tuntum, na esperança que nunca é vã de assistir a mais um capítulo de A Derrocada, em cartaz desde 2019. Tuntum, bate coração, Tuntum, coração pode bater! Infelizmente, deu ruim: como corvo secador, sou uma verdadeira calopsita, de modo que Tuntum sifu e o Cruzeiro avança perigosamente rumo à desclassificação nas rodadas seguintes.

Busquei concentrar-me nas notícias da guerra, visto que não havia Atlético e o Tuntum havia peidado na farofa, criando um anticlimax para o atleticano acostumado a ocupar-se do emburacamento alheio. Não foi tempo perdido: eis que, entre Putin e Zelensky, nosso Departamento de Defesa ganhou o reforço de Junior Alonso, o melhor paraguaio desde o velho Black Label em volta da fogueira tocando Raul na Serra do Cipó.

O Galo vendeu um Corolla 2022 e um mês depois pegou o Corolla de volta pelo preço de uma bicicleta. Isso é que dá fazer negócio com empreiteiro e com banqueiro – os caras não dão ponto sem nó. Fosse o outro lado da lagoa, haveria uma cláusula cedendo a Toca para uma base militar russa em caso de eclodir uma guerra. E Junior Alonso voltaria pra jogar no Galo com os salários pagos pelo Cruzeiro. Que fase!

Nesse interregno de uma semana inteira sem Galo, esse deserto de emoções, aproveitei para ver o que se passa em outras praças. Informo que o Flamengo segue beneficiado pelos pênaltis inexistentes, embora a Globo tente colar a fama de ladrão ao Atlético, medida protetiva e profilática. Mauro Sérgio nada falou a respeito.

Informo também que houve, a sério, a discussão sobre ser o Fluminense o melhor time do Brasil. As favas estavam contadas quando o poderoso esquadrão viajou à terra de Junior Alonso apenas para cumprir tabela. Tava jogando como nunca, mas perdeu como sempre. Muito se falou sobre Fábio de Costas, suas mãos de alface e seus pés de quiabo.

Pois bem, vamo que vamo! Hoje recebemos nossa dosezinha de reforço, nosso quinhão de Atlético, esse oásis no deserto. Um amigo flamenguista (sim, eu tenho um) veio me perguntar encafifado se tenho notícia de algum outro time que promova tantas vitórias épicas como faz o nosso Galo. A inveja lhe saltava aos olhos. Fé no nosso roteirista! Ele escreve certo por linhas tortas, e não há Caldense que lhe dê refresco.


*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)