“O que diferencia o Cruzeiro dos outros clubes é a sua história. Ela, realmente, é apaixonante. Ao se inteirar dos detalhes, você passa a ter uma dimensão muito grandiosa do que significa o Cruzeiro Esporte Clube. E sendo torcedor, tomo consciência do significado de ser a ponta dessa história. Porque nesse momento aqui, nós somos a ponta; somos a história viva. E aí, você acaba sendo invadido por uma vontade incontrolável de ir para o Mineirão para gritar e empurrar o time para que essa chama se mantenha viva eternamente” – Geovano chaves, historiador, palestrino, cruzeirense e torcedor-poeta.
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Fomos da bandidagem de 2019 a um Cruzeiro totalmente desfiguradoDias melhores hão de vir para o Cruzeiro, o único gigante de MinasO orgulho do cruzeirense pendurado nas paredes pelo interior de MinasContando as horas pra rever o Cruzeiro, nosso eterno amorO Cruzeiro sempre foi e será a força de sua imensa torcidaSó um pacto para devolver o Cruzeiro à sua grandeza históricaA ode inicial dessa crônica, colocada aqui entre aspas, tive a dádiva de escutar/sentir durante a produção do filme “Em busca da história do Cruzeiro”, documentário média-metragem, com 1 hora de duração, sobre os primórdios da imigração italiana em Minas Gerais, da Società Sportiva Palestra Italia e da Academia Celeste, que será lançado na sexta-feira, dia 30, às 19h, no canal do Youtube do Cruzeiro.
O filme é uma parte da entrega de um ano de trabalho intenso, executado por uma equipe enorme. Um time de pesquisadoras, roteiristas, fotógrafos, produtores, músicos, designers, editores, jornalistas e arquivistas, que mergulharam por completo numa das trajetórias mais lindas de todo o futebol mundial.
Mas mesmo o plantel sendo grande, nele não estão os craques do time. A busca contou também com um escrete de apaixonados cruzeirenses, torcedoras, ex-jogadores e seus familiares, funcionários do Cruzeiro e dezenas de descendentes dos fundadores do Palestra Itália. Gente desprendida que doou tempo e memórias para colocá-las à disposição da coletividade, e não de projetos pessoais ou comerciais.
“Em busca da história do Cruzeiro” não se limita a uma obra cinematográfica. É um serviço prestado à instituição e aos “da arquibancada”. Em mais de 12 meses de produção, foram cerca de 70 entrevistas, quase 150 horas de material audiovisual, mais de 100 acervos visitados e aproximadamente 5 mil fotos e documentos históricos digitalizados.
Todo esse vasto material gerado será entregue ao Instituto Palestra Itália (idealizador do projeto, executado não com recursos do clube, mas, sim, por meio da Lei de Incentivo à Cultura). Poderá servir de fonte para pesquisadores, professores, estudantes e torcedores. Também estará disponível para – caso o clube deseje – ser utilizado em ações já anunciadas e ainda não realizadas, como o livro e o filme oficial do Centenário do Cruzeiro.
Enquanto esses ainda não vêm, faço o convite para mergulharmos no “Em busca da história do Cruzeiro” e seu resgate histórico de sonhos, lutas enfrentadas, derrubadas de mitos e superações alcançadas pelo time criado por imigrantes e o povo das periferias de Belo Horizonte.
Termino recorrendo novamente à poesia do amigo Geovano Chaves: “(O Cruzeiro e sua torcida são) Um dos movimentos mais fascinantes no âmbito esportivo do planeta porque não era projetado para ser a referência do esporte de Minas Gerais. Ele foi projetado assim: precisamos de nos impor e marcar o nosso território na luta, na força, na garra. E aí o que acontece? Os anos foram se passando e essa projeção de superar, de vencer, de obter esse destaque e esse reconhecimento na luta, na garra e na raça deu certo! Aconteceu! A torcida do Cruzeiro é um acontecimento de explosão demográfica que deu certo mediante superações e lutas. E isso é apaixonante”.