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Desde o início de 2019, estamos pagando o amargo preço da mentira construída um ano antes por uma organização, aos moldes de uma milícia, onde quem deveria defender a nossa instituição, na verdade, chegava ao poder para roubá-la, esfacelá-la e entregá-la aos bandidos que sempre financiam esse tipo de golpe. A passividade frente a um plano maquiavélico, gestado e colocado em prática a partir da eleição de um fantoche, hoje, deixa a Nação de joelhos, miseravelmente sem perspectivas de saída. 


Não há aqui juízo de valor sobre se havia a hipótese de nos direcionarmos para um rumo distinto e não o fizemos. No estágio atual, isso não nos interessa mais, pois o martírio e a destruição são tão avassaladores que não há sequer um segundo disponível para remoermos o passado, sob pena de deixarmos romper o delicadíssimo fio democrático de termos um futuro.

A maioria da Nação passou 2019 intelectualmente drogada com a falácia de um jogo limpo. Chegou ao final daquele ano rebaixada, já mugindo baixo, rabo entre as pernas e culpando terceiros para não precisar admitir sua parcela de culpa em ter deixado a instituição à mercê de lunáticos e mercenários.

Quando 2019 terminou e o fracasso estava confirmado, fomos às ruas. Conseguimos derrubar parte da diretoria. Acreditamos ser possível uma nova era e que os tempos catastróficos teriam vida curta. Mas a nau já estava completamente sem rumo, sem recursos capazes de impulsioná-la. Por mais que houvesse esperança por uma mudança de rota, ventos fortes continuaram a empurrar a embarcação para longe da "terra à vista".  

Por mais que essa Nação tenha em sua origem popular a força para superar adversidades, a destruição provocada pela milícia em 2018/2019 já havia se alastrado. E, para piorar, 2020/2021 têm sido palco para a elite podre e as famílias eternamente oligárquicas, gentinha que nunca admitiu que o povo (e seu time) fosse multicampeão no jogo duro da vida. Até mesmo porque quando isso ocorreu no gramado, na universidade ou no aeroporto, lá estavam eles a babar fel.


Esses, dos berços (latifúndios, bancos e empreiteiras) de ouro, então, se tornaram novamente protagonistas do ódio.

Coronéis, milicianos, "centrões", agremiações da elite e bilionários que de tanto se fartaram do lobby, dos programas e recursos públicos, vestiram o uniforme da hipocrisia e se dedicaram - sem qualquer vergonha - a financiar novamente o ódio contra quem lhes alimentou a fortuna pessoal. 

Gente que bate palma e se alinha com quem destrói a Nação. Essa máquina eternamente dependente da falcatrua e das "bolas nossas" para prosperar, para movimentar suas engrenagens e seus tentáculos. Há, do nosso lado, quem sinta raiva deles. Eu me dou a tranquilidade do sentimento de pena, mesmo sabendo o quanto mereciam algo mais duro.

Nesse pós-7 de Setembro da Vergonha, tudo dito nos rabiscos acima poderia, perfeitamente, se referir ao passado recente do Cruzeiro, à organização criminosa que o destruiu em 2019 e aos de alma pequena, que em seus jogos de tabuleiro, vivem a lhe querer mal.

Mas, infelizmente, na crônica de hoje, não escrevo sobre futebol.