A maioria da Nação passou 2019 intelectualmente drogada com a falácia de um jogo limpo. Chegou ao final daquele ano rebaixada, já mugindo baixo, rabo entre as pernas e culpando terceiros para não precisar admitir sua parcela de culpa em ter deixado a instituição à mercê de lunáticos e mercenários.
Por mais que essa Nação tenha em sua origem popular a força para superar adversidades, a destruição provocada pela milícia em 2018/2019 já havia se alastrado. E, para piorar, 2020/2021 têm sido palco para a elite podre e as famílias eternamente oligárquicas, gentinha que nunca admitiu que o povo (e seu time) fosse multicampeão no jogo duro da vida. Até mesmo porque quando isso ocorreu no gramado, na universidade ou no aeroporto, lá estavam eles a babar fel.
Esses, dos berços (latifúndios, bancos e empreiteiras) de ouro, então, se tornaram novamente protagonistas do ódio.
Coronéis, milicianos, "centrões", agremiações da elite e bilionários que de tanto se fartaram do lobby, dos programas e recursos públicos, vestiram o uniforme da hipocrisia e se dedicaram - sem qualquer vergonha - a financiar novamente o ódio contra quem lhes alimentou a fortuna pessoal.
Gente que bate palma e se alinha com quem destrói a Nação. Essa máquina eternamente dependente da falcatrua e das "bolas nossas" para prosperar, para movimentar suas engrenagens e seus tentáculos. Há, do nosso lado, quem sinta raiva deles. Eu me dou a tranquilidade do sentimento de pena, mesmo sabendo o quanto mereciam algo mais duro.
Mas, infelizmente, na crônica de hoje, não escrevo sobre futebol.