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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

Que a batalha nos Aflitos entre para a história do nosso Cruzeiro

Vencer o Náutico no Aflitos e ver o Cruzeiro voltando a liderar uma competição nacional depois de tantos anos lava a alma


18/05/2022 04:00 - atualizado 18/05/2022 07:51

Com consistência e garra, o grupo cruzeirense faturou os três pontos diante do Náutico e pulou para a ponta da tabela
Com consistência e garra, o grupo cruzeirense faturou os três pontos diante do Náutico e pulou para a ponta da tabela (foto: Tiago Caldas/CNC)

“Os caras vieram até aqui! Encheram o espaço que tinha para eles ali.” O goleiro Rafael Cabral nos olhava, cansado pela batalha contra o Náutico e alegremente espantado com outro espetáculo da Nação Azul, desta vez, no Recife. Se em campo o escrete deu uma aula de pragmatismo para vencer, nas acanhadas arquibancadas do Estádio do Aflitos, nós, cruzeirenses, nos abraçávamos ao fim da jornada que começou muito antes em vários pontos diferentes do Brasil. E foi assim...

A ansiedade por chegar logo ao próximo jogo do Cruzeiro foi minha companheira de voo até o aeroporto (Salve!) Gilberto Freyre. Ainda embriagado pelo porre de pênaltis defendidos pelo nosso arqueiro contra o Remo, desembarquei na capital pernambucana já na sexta-feira.

Primeira missão: encontrar meu irmão Bruno Taitson, vindo de Brasília. Devidamente fardados de Palestra/Cruzeiro, fomos torcer pelo Sport, mesmo que isso nos custasse a chance de sermos líderes dali a dois dias. No restaurante, os olhares nos davam boas e más vindas. Vitória do Leão, e com ela, a necessidade de batermos o Náutico para atingir o alto da tabela.

Não circulamos um minuto sequer pelo Recife e por Olinda sem o manto sagrado. Dos torcedores do Sport, gritos de “ZERO!”. “Por nós, ganhem deles”, dizia um artesão torcedor do Santinha, que amarga a Série D. Seguimos...

Em Olinda, João Stuart nos recepcionou na Pizzaria Donna Massa, reduto cruzeirense nas ladeiras mais lindas do Brasil. Há alguns anos, ele deixou Pedro Leopoldo, terra do Mestre da Gentileza, Dirceu Lopes. De Minas levou apenas o amor pelo patrimônio mais importante do estado: o Cruzeiro. Em Pernambuco, apeou. Saudade? Sim. De estar perto do Cabuloso.

O destino quis que fosse ali, em Pernambuco, a oportunidade para o Cruzeiro chegar ao topo de uma edição do Brasileiro cerca de 200 rodadas depois. No dia seguinte, João passou em frente a casa – azul e branca – de Alceu Valença, desceu a ladeira da Praça do Carmo e rumou para o Aflitos.

A poucos quarteirões do estádio, um apartamento lotado de amor pelo Cruzeiro. Lá, o Mestre Michel Rangel, a lenda dos Redutos Celestes, embrulhou uma bandeira, colocou o boné celeste e desceu com os companheiros de viagem. Minutos depois, no alto do espaço reservado à torcida cruzeirense, amarrou o pano escrito “Natalzeiros”.

Em seguida, era saudado com um abraço pelo repórter Guilherme Piu. Eufórico, outro grupo entrou pela arquibancada segurando uma grande faixa. Já não havia espaço para estendê-la no alambrado, tamanha era a presença de organizadas cruzeirenses. O jeito foi esticar com as mãos. Lindamente, se abriu “Aracajuzeiros”. A turma de Sergipe se juntava à da Paraíba e do Cruzeirão Pernambuco.

Até um torcedor do Afogados fez questão de estar ao nosso lado quando o juiz deu início à partida, no exato instante em que o sol fez brilhar a copa das árvores, num prenúncio de final feliz.

Assumimos a liderança do Campeonato Brasileiro num estádio simbólico, já que foi ali, em 2005, que ocorreu a Batalha do Aflitos, a maior partida da história da divisão de acesso do futebol brasileiro, quando o Grêmio eliminou o Náutico.

Estávamos aflitos por esse momento. Ele pode não significar absolutamente nada para os racionais, mas para nós, que estivemos ao lado desse time – por puro amor – durante os penosos últimos anos, trata-se de uma rima perfeita dessa poesia chamada “Cruzeiro”.
Deixamos o estádio cantando, dançando frevo em cortejo até o Recife Antigo, onde a chuva lavou a nossa alma celeste.

Agora, mais do que nunca, serão todos e tudo contra nós. Domingo, frente ao Sampaio Correia, vamos em busca da consolidação na liderança. Em se tratando da torcida do Cruzeiro, será cantando, empurrando o time, pois nós somos a festa! E não é de agora.

(*) Dedico essa crônica aos guerreiros celestes da Família Aguiar, que tive a honra de abraçar na Praia de Boa Viagem. Querida Vânia AGC, Juliano AGC, Valdeci, Jéssica, Valcir, Jairo, Silvana e Cláudia, tenham certeza, vocês estavam gritando comigo no Aflitos.

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