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Estado de Minas DA ARQUIBANCADA

De tão ruim, o Brasileirão dá esperança aos péssimos

"Sigo longe de encarar o atual Cruzeiro com o orgulho de outrora, mas não levarei para o próximo sábado, contra o Grêmio, nenhum pessimismo exacerbado"


19/04/2023 04:00
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Jogo do Cruzeiro com o Grêmio em 2022 no Independência
Pela 6ª rodada da Série B de 2022, o Cruzeiro do então técnico Paulo Pezzolano recebeu o Grêmio, também no Independência, e venceu por 1 a 0 (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)


O péssimo nível técnico do Campeonato Brasileiro alenta e afasta, temporariamente, meu pessimismo quanto ao futuro do nosso Cruzeiro nesse seu retorno ao local de onde nunca deveria ter saído. A primeira rodada da competição ficou marcada majoritariamente por jogos ruins, times desencontrados e nada que fizesse brilhar os olhos dos torcedores, fossem eles de qualquer coloração.
Tendo em vista o nível técnico sofrível do elenco do atual Cruzeiro e todas as projeções para o seu desempenho, digamos que ver tanta peleja sofrível me fez respirar quase em suspiros de alívio, pois senti que ainda há esperança de um futuro nem tão tenebroso como pintam para o nosso time amado.

No domingo passado, ainda dilacerado pela péssima apresentação frente ao Náutico pela Copa do Brasil, fui caminhando até com receio para a frente da TV. Puro medo de machucar mais ainda minhas vistas com um possível vexame frente ao Corinthians. Mas paixão não se controla. Sentei, pedi a cerveja e já estava com os olhos marejados só por ver o maior clube de fora do Eixo RJ-SP de volta ao Brasileirão.

Com o passar dos minutos e com a ruindade do time do Corinthians, os goles gelados foram descendo mais macios. Algumas chegadas do Cruzeiro na área adversária me estimularam a pedir um tira-gosto (literalmente, um tira-o-gosto-ruim das últimas apresentações estreladas).

Verdade seja dita, surpreendentemente, estivemos frente a um Corinthians repleto de medalhões, com o estádio lotado, mas tão tenebroso quanto o nosso amontoado de refugos. Aos poucos, eu e o time de Pepa fomos percebendo que podíamos vencer!

Jogamos infinitamente “menos ruim” do que eles. Fomos roubados – e com um completo silêncio da nossa diretoria ex-corintiana, infelizmente. Mas como fomos novamente incompetentes para marcarmos o gol, acabamos por tomá-lo. Fruto de um lampejo de um jovem jogador do time adversário. Foi merecido para o garoto e injusto para nós.

Perdemos a peleja, mas certo é que, vendo também os resultados das outras partidas e o próprio futebol apresentado pelo Corinthians, o sentimento foi de calmaria no coração. Se não temos um escrete digno, os outros, com seus super-escretes, também estão devendo muito para suas torcidas.

Sigo longe de encarar o atual Cruzeiro com o orgulho de outrora, mas não levarei para o próximo sábado, contra o Grêmio, no Ginásio do Horto, nenhum pessimismo exacerbado. Ao contrário, as lembranças recentes de um Cruzeiro e Grêmio, no mesmo estádio, em 2022, chegam a me soprar uma lapada de otimismo no rosto; fazem meus olhos brilharem como estrelas.

Ali, pela sexta rodada da Série B, o jogo entre Cruzeiro e Grêmio já era tratado como um teste entre os dois favoritos ao título. O time gaúcho era, então, nosso principal oponente no campeonato que se iniciava. E vencemos!

Mais do que isso, ali se formou a conexão encantada entre o escrete de Pezzolano e as arquibancadas. Lembro de descer a ladeira a caminho da Avenida Silviano Brandão com o peito estufado e querendo gritar de amor pelo meu Cruzeiro.

Agora, o campeonato é outro. Longo. Sabemos que os super-escretes possuem condições de se recuperarem dos tropeços das primeiras rodadas rapidamente – até por possuírem não só um time de 11, mas bons elencos. Mas ver um Cruzeiro encarando seu primeiro embate de igual para igual deu alento.

Entre ruins e péssimos, vamos para o Ginásio do Horto, no próximo sábado, com a sensação de que podemos ter esperança e um futuro menos ruim.


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