Com casa lotada, mesmo em uma noite em que o que mais se discutia eram os riscos do conoravírus, Mariana Nunes fez show emocionante, que marcou o lançamento de seu disco, Cantante. A escolha pelo título foi, segundo a intérprete, inspirada na música homnima, parceria de Cristovão Bastos e Roberto Dídio, composta especialmente para ela. “Cantante é alguém que está sempre cantando. E desde muito pequena eu tinha o hábito de cantarolar uma boa parte do dia ou da noite. Tenho filmagens minhas com 4 anos, na casa do meu avô, junto com muitos primos cantando o tempo todo”, relembra. Aos 12 anos, Mariana confessa ter se apaixonado perdidamente pelo disco Fina estampa, de Caetano Veloso, produzido e arranjado por Jaques Morelembaum.
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Alguns anos mais tarde, o sonho de Mariana se realizou. Jaques Morelenbaum participou do primeiro disco da cantora, A luz é como a água, na faixa homônima. “E essa faixa tem uma sonoridade que sempre achei que favorecia minha voz, minha forma de cantar. De certa forma, foi um ponto de partida pra definir o conceito desse trabalho”. O sonho não parou por aí. Cantante ganhou produção de Morelenbaum, que participou do show de lançamento, sexta-feira, no teatro do Minas Tênis Clube. Foi o maestro, que sugeriu Cristovão Bastos como pianista, que gravou o disco e também esteve na apresentação.
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Com uma banda formada por músicos que, na definição de Juarez Moreira, um dos convidados da noite, formavam uma verdadeira seleção, Mariana gravou canções que há tempos estavam em sua lista e faziam parte do universo deles também. “Revisitar grandes compositores como Caetano, Chico e Vinícius foi inevitável, e senti que era hora de apresentar a minha leitura dessas canções. Além disso, trouxe um pouco da minha história em BH, com a gravação de Quadros modernos, canção de um trio mineiro muito especial (Flávio Henrique/ Toninho Horta/Murilo Antunes), e ainda canção inédita do Roberto Didio e Cristóvão Bastos, compositor presente na minha formação com clássicos como Todo sentimento e Resposta ao tempo”. Outro desejo, segundo ela, foi explorar compositores de sua geração e a parceria carioca de dois grandes talentos, João Cavalcanti e Edu Krieger autores de Ponto de vista, “que tem uma letra muito necessária no momento do Brasil atual”.