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Jomar Mesquita é o convidado da 'Entrevista de segunda'

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Jomar Mesquita tem boas histórias para contar. Muitas ele leva para o palco com a Mimulus, sua companhia de dança de salão.

Outras revela em papos como o desta entrevista, como o dia em que apostou na sorte e, apesar do temporal que caía em BH, não desmarcou a gravação do vídeo reunindo dançarinos para o Samba Dança contra a Fome, recorte do projeto Ação da Cidadania, que mobiliza o país para alimentar a população carente.



“Duas horas antes do horário marcado, decidi arriscar, mesmo sob tempestade. Avisei aos participantes pelo WhatsApp e, dali a pouco, nos encontrávamos na entrada do Parque das Mangabeiras. Qual não foi a nossa surpresa quando o céu foi se abrindo, revelando uma linda luz. As pessoas foram aparecendo, o clima de união foi ainda mais gostoso, a alegria e o empenho de todos prevaleceram”, relembra. “Terminamos exatamente no momento em que a chuva recomeçou!”.

A convite do coreógrafo João Carlos, Jomar coordenou a participação dos mineiros no Samba Dança Contra a Fome, que mobilizou 1,5 mil pessoas em 26 estados, para dançar ao som de Quem tem fome tem pressa, música de Xande de Pilares, Emicida, Mosquito e Gilson Bernini. 

Quais são os desafios de um trabalho coreográfico virtual?
Neste caso específico, foi bastante simples por serem dois trechos bem curtos de coreografia. Funcionou super bem, inclusive poupando tempo e trabalho dos envolvidos, pois já chegamos ao único ensaio presencial sabendo dançar a coreografia. Os ajustes foram poucos. Foi muito interessante para pensar sobre como seria se estivéssemos trabalhando com um espetáculo completo, por exemplo. Muitas coisas são difíceis de ser trabalhadas virtualmente, principalmente a criação. Mas limpeza, aprendizado e repasse de trechos de coreografias podem ser feitos a distância de forma bastante eficiente.



Ensaiar por meio de tutorial é alternativa em tempos de pandemia. Qual foi a sua preocupação na hora da execução dos movimentos?
Os detalhes sutis que fazem toda a diferença na execução de uma coreografia. Dinâmicas, energia, interpretação, intenções, precisão rítmica. Mas tudo funcionou melhor do que o imaginado. Foi emocionante ver o envolvimento dos profissionais de cada estado de um país com dimensões continentais. Principalmente em prol de uma causa tão importante, bonita e justa. E também ver como conseguimos replicar, de forma fiel, a coreografia para todos os envolvidos, separados por milhares de quilômetros.

Como a Mimulus enfrenta este momento complicado para as artes?
Em 26 de outubro, a Mimulus Escola de Dança retomou o funcionamento presencial. Continuaremos com cursos e aulas on-line. Manteremos as duas possibilidades. Estamos não somente cumprindo as exigências dos protocolos, mas indo além do estabelecido. Os alunos retornam aos poucos, mas acima das nossas expectativas. Tivemos muitas novas matrículas. Muita gente está com saudade da dança ou com vontade e necessidade de experimentá-la. Não é fácil, mas aproveitamos este momento para desenvolver novas possibilidades didáticas.

A pandemia vai inspirar a nova montagem da Mimulus?
Já estamos trabalhando nela. Não necessariamente a pandemia será a inspiração, mas, com certeza, a mudança na realidade dos ensaios que os protocolos exigem influenciarão o resultado final. Estamos tirando proveito disso, inclusive para chegar a novos lugares de criação, antes inexplorados. Uma grande novidade, que vou adiantar para você, é que o novo trabalho está sendo dirigido pelo bailarino Rodrigo de Castro, parceiro de muitos anos. Já tinha passado da hora de Rodrigo receber esta merecida missão. Estou adorando trabalhar na função de assessor artístico, além de bailarino... Isso enquanto meu corpo ainda der conta!.