Romney Esteves
Professor de educação física
Neste período em que o mundo adoeceu, aprendi a resgatar valores que nos tornam mais humanos. Aprendi que a rotina do corre-corre diário te impedia de observar em detalhes o seu cônjuge, o seu filho. Que trabalhar menos também significa estar disponível ao outro. Que o gostar também é ter paciência e saber lidar com os seus defeitos e os do outro. Que somos imperfeitamente humanos, que amar é abraçar o todo que o outro é. Por falar em abraço, como ele teve o seu valor elevado exponencialmente. Devido à falta que ele nos faz.
Aprendi a me reinventar, a acelerar o meu desenvolvimento tecnológico. E a perceber que, por trás de todas as habilidades, sua utilidade só se manifestará através das relações humanas. Aprendi a sentir o medo e a dialogar com ele. A usar a imaginação e superá-lo. Aprendi que a intuição é uma força que deve ser resgatada. Que manifestar sentimentos é imperativo. Que juntos somos mais fortes. E que os amigos são acolhimento. Percebi que trabalhar as emoções protege você e também aqueles que você ama. Que o mundo continuará sem a espécie humana. E que o planeta também respira.
Na prática, também aprendi a gastar menos, a ser menos consumista. Usar menos roupas e perceber que praticamos muitos excessos.
Que viajar é liberdade. E que aprender coisas novas também é terapia. Com o tempo livre, o outro ato de viajar é inevitável. Então, viajamos para dentro, resgatamos hábitos antigos e hobbies adormecidos de fases distintas da vida que ainda podem nos encantar.
Com isso tudo, sei que quero viver mais, transbordar no outro que dá sentido à minha vida. E realizar o sentido de existência, que é quando a nossa história toca e transforma o outro. Então, deixamos um legado e transformamos a jornada rumo ao futuro de um mundo melhor.
Aprendi que sou mais consciente, que sou humano, e que a consciência evolui superando desafios, manifestando arte, dialogando, interagindo, comunicando.
Que a nossa comunicação do momento atual seja como uma cápsula do tempo, a página de um diário que possa ser aberta no futuro e contar aos outros humanos o que vivemos nesta pandemia.