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Livro conta a história dos 40 anos do Hospital Mater Dei

Henrique Salvador, presidente da Rede Mater Dei, afirma que é importante visitar o passado para entender o presente e sonhar com o futuro


22/03/2021 04:00

Henrique Salvador diz que a pandemia impôs mudanças à cultura do atendimento médico(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
Henrique Salvador diz que a pandemia impôs mudanças à cultura do atendimento médico (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

 
“A vacinação é o caminho para reduzir o impacto que a COVID pode trazer, principalmente no que diz respeito à mortalidade, pois, em regra geral, ela reduz os casos graves”. A opinião é do presidente da Rede Mater Dei, Henrique Salvador. “Acho que realmente é preciso priorizar os grupos de mais risco”, defende o médico.
 
Para marcar as quatro décadas de trajetória do hospital, que atua em Belo Horizonte, Betim e prepara nova unidade em Salvador (a primeira fora de Minas Gerais), foi lançado um livro contando a história do Mater Dei.
 
“É importante visitar o passado para entender o presente e sonhar com o futuro. Conforme registrado no livro, este é hoje o sonho de muitas pessoas”, afirma Salvador. “Temos a plena convicção de que a Rede Mater Dei de Saúde é um patrimônio de Minas Gerais e também do Brasil.”

A pandemia vem transformando o mundo de forma assustadora. Estamos no ponto zero, uma espécie de recomeço forçado. Essas mudanças afetaram a gestão das redes pública e privada de saúde?
Sem dúvida, afetaram. Já se observam mudanças culturais importantes no que diz respeito ao comportamento das pessoas e à prestação dos serviços de saúde. Hoje, elas tendem a utilizar mais a tecnologia e a interação remota para monitoramento de suas condições médicas, seja através da telemedicina ou da utilização de aplicativos que ligam as pessoas aos médicos e hospitais.

O Mater Dei de Salvador estava há mais de um ano em construção quando a COVID-19 chegou. Houve preocupação em fazer alguma alteração no projeto de engenharia para adequá-lo à pandemia?
Nossos hospitais são construídos por uma equipe própria de engenheiros e técnicos muito experientes. Os fluxos e o projeto arquitetônico contemplam, inclusive, a possibilidade de criar dois hospitais dentro de um só. Um dedicado à COVID e outro para pacientes não COVID. Certamente, toda a estrutura dos nossos hospitais é flexível e permite acomodar as diversas situações, inclusive as pandemias. O projeto de Salvador segue essa mesma diretriz.
Na live que marcou o lançamento do livro comemorativo aos 40 anos do hospital, o senhor diz que o Mater Dei é fruto do sonho e do espírito empreendedor de seu pai, José Salvador Silva. O senhor herdou esse espírito empreendedor? Na live, o senhor lembrou o apoio de sua mãe, Norma, para a concretização desse sonho.Somos uma família de empreendedores apaixonados pelo que fazemos. A possibilidade de levar atendimento e saúde de melhor qualidade para mais pessoas é o que nos move. Empreender implica assumir riscos, mas também um sentimento grande de realização. No nosso caso, implica prestar serviços diferenciados para as pessoas. Ninguém faz nada sozinho. Sempre contei com o apoio de pessoas muito comprometidas com os propósitos da Rede Mater Dei de Saúde. Refiro-me à minha família, ao nosso conselho de administração, diretoria, corpo clínico e demais colaboradores da Rede Mater Dei de Saúde.

Por causa da COVID-19, não houve festa pelos 40 anos da rede. Mas o Mater Dei presenteou a cidade com ações contra a pandemia. Qual delas tem maior abrangência: os leitos de CTI abertos em Betim, depois distribuídos a outros hospitais, ou a parceria envolvendo respiradores, que barateou os equipamentos?
A Rede Mater Dei, enquanto referência para a saúde das pessoas, envolveu-se com muitas iniciativas de apoio à comunidade em geral. Essas duas foram igualmente relevantes. Além delas, nos envolvemos com a compra de equipamentos de proteção individual para hospitais públicos e no estímulo financeiro a pequenos empreendedores. Todas essas ações são relevantes e contribuem para diminuir os impactos negativos da pandemia na sociedade.
 
Em junho de 1980, na inauguração do hospital, o senhor e seu colega Ricardo Marinho fizeram o primeiro plantão do Mater Dei Santo Agostinho. De lá pra cá, o que mudou na vida dos plantonistas?
À medida que o Mater Dei foi crescendo, os desafios foram mudando, mas o compromisso com a medicina praticada de maneira ética, com base na melhor técnica e atendendo cada pessoa como única, continua sendo o grande diferencial da nossa prática. A tecnologia é um meio, mas nunca a finalidade em si só.

Qual foi a história mais marcante nesses 40 anos?
São muitas as lições que a vida em um hospital nos traz, da grande emoção do nascimento de um ente querido ao acolhimento e humanização necessários para lidar com a terminalidade da vida. Hospital é um local onde as pessoas se encontram em situação de grande fra- gilidade. Nós, profissionais da área de saúde, precisamos aprender a lidar com isso sendo disponíveis e apoiando as pessoas nas diversas situações.

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