Com essa o empresário Franklin Bethônico ão contava. Pela primeira vez em 27 anos, não será realizada a tradicionalíssima Festa do Oscar, evento promovido por ele durante a transmissão do maior prêmio de Hollywood. “Não esperava que um ano depois de a pandemia ser decretada no Brasil, o número de vítimas continuaria crescendo, como está ocorrendo agora”, lamenta.
Festeiro de mão cheia e apaixonado por cinema, Franklin sempre fez do prêmio da Academia de Hollywood uma desculpa para reunir os amigos. Porém, os cuidados teriam de ser maiores este ano, pois o empresário pretendia antecipar para 25 de abril a comemoração de seu aniversário. “Em 2022, será uma festa de arromba no Automóvel Clube”, promete, com o otimismo que lhe é peculiar.
Porém, a festa do cinema organizada por ele, que também é diretor social do AC, não vai passar totalmente em branco, embora sem aglomeração e tapete vermelho. O evento deve entrar na onda do on-line. Franklin não descarta a possibilidade de reunir amigos por meio da plataforma Zoom. A ideia deve ser formatada até dia 24, véspera da entrega das estatuetas.
A pandemia não afetou apenas a celebração mineira, pois também atrapalhou o lançamento dos filmes candidatos ao Oscar. Bom cinéfilo que é, Franklin acompanhou a chegada deles às plataformas streaming.
O empresário lembra que, entre candidatos a melhor filme, “Meu pai” está disponível no Now, “Mank” e “Os 7 de Chicago” na Netflix, e “O som do silêncio” na Amazon Prime Video e Now.
Franklin lamenta a ausência dos longas “Minari”, “Nomadland”, “Bela vingança” e “Judas e o messias negro” nas plataformas, embora “Judas...” tenha ficado em cartaz nos cinemas de Belo Horizonte antes do decreto que fechou as salas de exibição.
De olho na opinião dos críticos de cinema, Franklin acredita que Frances McDormand, de “Nomadland”, levará o Oscar de melhor atriz, assim como Anthony Hopkins (“Meu pai”) ficará com a estatueta de melhor ator.
Também prevê que “Mank” conquistará os prêmios de melhor filme, direção (David Fincher) e atriz coadjuvante (Amanda Seyfried). Já Sacha Baron Cohen ficará com o Oscar de melhor ator coadjuvante por sua atuação em “Os 7 de Chicago”. O empresário lamenta a ausência de produções brasileiras na competição.
A paixão pela sétima arte começou na infância. Ele e a irmã, Noris, eram frequentadores assíduos do cinema de Itabira, sua terra natal. Depois de se mudar para Belo Horizonte com os pais, Inês e Diogo Bethônico, Franklin passou a ser presença garantida nas sessões dos cines Brasil e Metrópole.
Adulto, fez a primeira Festa do Oscar em clima informal, reunindo a turma para assistir à premiação transmitida pela TV. A reunião bombou no boca a boca, e, com apoio de amigos como o diretor de teatro Ronaldo Brandão, ganhou a dimensão que fez dela um dos acontecimentos sociais de BH mais aguardados do ano, com edições no Iate Tênis Clube, Museu de Artes e Ofícios, Automóvel Clube, Centro Mineiro de Danças Clássicas e Casa