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Estado de Minas coluna hit

Como o teatro em BH está se adequando aos novos tempos pandêmicos?

A resposta será apresentada por atores, diretores, produtores e técnicos na seção Terceiro Sinal, que estreia hoje, sempre às sextas-feiras, na Coluna Hit


05/11/2021 04:00

Ilustração da seção Terceiro sinal, da Hit
Terceiro sinal traz depoimentos do pessoal de teatro sobre como é voltar aos palcos

Alexandre Toledo
Ator, dramaturgo, diretor e produtor teatral

Usar como título para este depoimento o nome de um célebre texto de Harold Pinter não é uma referência à sordidez familiar descrita pelo renomado dramaturgo inglês. É apenas a homenagem a um grande texto e a um grande dramaturgo que são caros a esse que agora escreve, mas que escreve para dizer que, depois de um longo inverno, o sol voltou a brilhar e nós pudemos retornar à nossa casa, que é o palco. Sim, o palco é a casa de todo ator.

A pandemia nos afastou das casas de espetáculo e de todos os outros espaços públicos onde mostrávamos nossa arte. Nos retraímos para o interior de nossos lares, para a comunicação a distância, proporcionada pelo vídeo e pelas plataformas sociais. Nos escondemos por um tempo, mas nunca deixamos de estar presentes. Durante esse longo inverno que tem sido a pandemia, não paramos de trabalhar. De ler, de escrever, de ensaiar, de experimentar, de mostrar em outras plataformas o nosso trabalho. A inquietação ficou mais acesa que nunca.

"Teatro sem público é como goiabada sem queijo"



A vacinação nos trouxe de volta a luz e possibilitou também nosso retorno aos palcos. Durante a pandemia, escrevi e ensaiei com Fernando Chagas o monólogo “Diógenes”. Ele na casa dele, e eu na minha. Nos encontrávamos pela câmera do celular. Desse encontro, nasceu um espetáculo pelo qual tenho muito carinho. A estreia aconteceu na estação de Miguel Burnier, distrito de Ouro Preto. Ela foi transmitida pelas redes sociais. Em setembro de 2021, mais de um ano depois da estreia, o espetáculo finalmente se encontrou com o público em duas apresentações no delicioso Teatro Raul Belém Machado, no Alípio de Melo. Em novembro, cumpriremos mais uma pequena temporada no Teatro de Bolso do Sesc/Palladium.

E não ficamos por aí. Um projeto muito caro a mim e ao Sérgio Abritta, Wilde.Re/Construído, recebeu o primeiro prêmio Palco em Cena, do Cine Theatro Brasil Vallourec. Com os recursos do prêmio, montamos o espetáculo, que estreou virtualmente em janeiro deste ano. No final de setembro e início de outubro, pudemos finalmente receber o público. Primeiro numa pequena temporada na Sala João Ceschiatti e depois numa bela apresentação no palco para o qual o espetáculo foi concebido, o Cine Theatro Brasil. Três experiências fantásticas com o público de volta. O nosso querido e respeitável público que se conformou em nos acompanhar pelas redes sociais e que agora, pouco a pouco, retorna para as salas de espetáculo.

O retorno foi tímido, é verdade. Poucas pessoas, assentos marcados, uso de máscara e distanciamento. Mas os teatros nos receberam com os braços abertos e o público começou a aparecer. Não pudemos nos encontrar com ele após as apresentações para abraços, sorrisos e trocas de carinho, mas o público voltou e tenho certeza de que, daqui pra frente, comparecerá sempre em maior número e quem sabe em janeiro poderemos ter a volta da Campanha de Popularização do Teatro e da Dança, e a festa do retorno será bem maior. Maior porque também será uma festa da vida, da retomada da vida normal, mesmo sob outros parâmetros. Estamos ansiosos. Teatro sem público é como goiabada sem queijo. Não dá liga. Evoé!

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