Elzio Pereira
Ao longo de quase 20 anos tivemos vários recomeços. Temos a certeza de que agora teremos mais um para ser escrito, sempre acreditando que os amigos, as pessoas, os laços, são a base e a essência do Clube, como o próprio nome diz.
São várias as histórias deste lugar feito por amigos. Uma delas marcou e continua marcando nosso calendário anual.
Todos os finais de noite, vários clientes amigos ficavam até de manhã na casa. Quando o DJ desligava o som, eles pediam música ao Juninho, residente da época. Certo dia, o DJ perguntou ao gerente se poderia tocar pelo menos mais meia hora para aquele grupo. Foi um sucesso.
Na semana seguinte, o grupo aumentou. Aqueles 30 minutos logo viraram mais tempo, sempre atendendo a pedidos dos clientes. Como a música baiana estava em em alta e BH era a capital do axé, com o Festival Axé Brasil, o fim de noite deixou de ser after para virar carnaval, o Carnachalé.
O movimento tomou proporção muito grande. Clientes ligavam, perguntando a que horas a festa começava. Num final de noite, dois deles pediram ao gerente licença para ir até o carro pegar algo muito importante. Já eram sete da manhã... Quando voltaram, traziam um carrinho de supermercado. Um deles lá dentro, o outro empurrando.
Espantado, o gerente perguntou o que era aquela “invenção de moda”. E ouviu: “É o nosso trio elétrico do Carnachalé!”
Eram dois clientes muito queridos. Quando entraram na casa com aquele carrinho, foi um delírio geral! O movimento cresceu tanto que no ano seguinte, em 2009, realizamos o primeiro Carnachalé, que entrou para o calendário do Clube e da capital.
Desde então, o evento acontece todos os anos, sempre pós-folia. É uma espécie de ressaca de carnaval, com lotação máxima, alegria e abadá. Por coincidência, o último evento realizado pelo Clube antes da pandemia foi o Carnachalé. Edição histórica, a maior de todas.
Em 2022, a festa já tem data marcada: 19 março.