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Estado de Minas ARTES CÊNICAS

Luiz Arthur revela como a Escola de Teatro da PUCMinas lutou pela vida

A lição aprendida por alunos e professores é um alento em tempos tão difíceis, afirma o ator na seção "Terceiro sinal" da coluna HIT


10/12/2021 04:00 - atualizado 10/12/2021 08:33

TERCEIRO SINAL

Luiz Arthur
Ator

ilustração para coluna do Helvécio Carlos mostra máscaras de teatro com semblantes triste e alegre. em volta há borboletas voando

Em meio à pandemia, a Escola de Teatro PUC Minas completou 20 anos. São duas décadas de aprendizado mútuo sobre o ofício do ator e sua função social. Não dá mesmo para separar o ensino teatral de quem somos na vida.

Então, de supetão, veio o isolamento. Ninguém poderia imaginar que viveríamos o inimaginável, mas a ficção já vinha cantando a bola. Filmes, séries e palcos imersos em narrativas distópicas para aguçar e expor os níveis de humanidade que nos rodeiam. Voltar-se apenas para o próprio umbigo sempre foi cafona, mas vivemos uma ionesca lição que caiu como uma ficha para os que se julgavam acima de tudo e de todos.

Foi mesmo insano o trabalho on-line que fizemos na Escola de Teatro PUC Minas, e, hoje, com o retorno presencial, as dúvidas que naturalmente haviam sobre o formato se dissolveram e tornou-se inquestionável o que conquistamos. As tais reinvenções e ressignificações foram sanidade e conquista técnica. Criar foi e continua sendo parte da cura para todos nós, artistas, e para aqueles que buscaram no caos libertário sua matéria-prima fundamental.

Todos os nossos alunos colhem agora o entendimento de que o teatro é e sempre será maior do que qualquer adversidade. Fomos escolhidos ainda para atender à demanda da reitoria e da Prefeitura de Belo Horizonte para abrigar um posto de vacinação da cidade. Somos um ponto estratégico no câmpus Coração Eucarístico e as mudanças físicas executadas em nosso prédio serviram “como uma luva”. Não foi tarefa fácil chegar ao formato que pudesse acolher, ao mesmo tempo, o funcionamento da escola e do posto de vacinação, mas conseguimos consolidar uma rotina vitoriosa.

Imaginem o quão emocionante foi, para todos nós da Escola de Teatro PUC Minas, ser imunizados em nosso próprio espaço de trabalho, de criação. Tanto que a AstraZeneca que recebemos foi por nós renomeada com o carinhoso apelido de AstraCênica. As vacinas, todas elas, seguem salvando vidas em todo o mundo. A gratidão é imensa. E a convivência direta com o trabalho dos profissionais da enfermagem da PUC Minas, alunos do curso e de outros colaboradores da instituição que lá seguem se dedicando arduamente todos os dias, tem nos inspirado ainda mais para o que é e sempre será nossa missão, algo inerente ao fazer artístico: buscar conhecimento, reflexão e consciência para todos em doses robustas.

É uma honra servirmos como polo rigorosamente adaptado, repito, para a valorização da vida, neste ano em que celebramos ainda o centenário de aniversário do educador e filósofo Paulo Freire (1921-1997). É um nome que fica cada vez maior em todo o mundo, um revolucionário da educação, referência quando o assunto é pedagogia do ensino.

Inacreditavelmente, sua memória sofreu, nos últimos anos, ataques levianos de uma horda ignorante que segue se manifestando em hediondas fake news. Paulo Freire será sempre um educador símbolo para as gerações passadas e para as vindouras.

A PUC Minas se posicionou desde o início a favor de toda e qualquer iniciativa que valorizasse a vida. Mais: o negacionismo, que teima em mostrar sua face abjeta e que certamente entrará para a sarjeta da história, na PUC Minas não tem vez. É um orgulho fazer parte de uma instituição assim.

A 42ª Mostra de Trabalhos da Escola de Teatro PUC Minas será mais do que especial: o público, novamente presencial, terá a oportunidade de saborear a lucidez das escritas únicas de Nelson Rodrigues e de Paulo Leminski.

Cada apresentação, por tudo vivenciado on-line e agora no presencial, será carregada, sem dúvida alguma, da consciência da função social que cabe ao artista e da alegria imensa por estarmos juntos ao vivo de novo. Ficamos por um longo tempo distantes fisicamente, mas, como tenho repetido, talvez mais próximos do que nunca.

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