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Estado de Minas BLOCO NA RUA

Criador do animado bloco do Estabeleça declara seu amor ao carnaval de BH

Na coluna HIT deste domingo (23/1), Olívio Cardoso relembra o resgate da folia na cidade e os tempos em que o Reinado de Momo era sinônimo de paradeiro total


23/01/2022 04:00 - atualizado 22/01/2022 22:34

Multidão vai à Batalha Real na Praça Sete
Multidão vai à Batalha Real na Praça Sete, no Centro de BH, durante o carnaval de 1957 (foto: Arquivo EM/D.A Press/28/2/57)
 

Saudades, carnaval!

Olívio Cardoso Filho
Dono do Bar Estabelecimento

Para falar das minhas lembranças carnavalescas nesta querida Belo Horizonte, não precisaria forçar muito a memória, já que a folia nesta cidade era tão pequenininha há tão pouco tempo (E quão grande se tornou?).

Roberto Carlos, Ney Matogrosso, Elke Maravilha, Hebe Camargo, Elza Soares, Amy Winehouse e Madonna foram alguns dos famosos homenageados por mim, aproveitando do Bloco Estabeleça, esteja ele na rua, no quarteirão ou até mesmo naquele quintal famoso da Rua Monte Alegre, 160.

Com celebridade ou não, o importante era causar e, claro, tornar transparente a alegria de todos ali juntos naquela data tão maravilhosa: o emergente, ou melhor, o efervescente carnaval de BH.

Mas cá pra nós, nem sempre foi assim, né? Não posso deixar de relembrar os tempos anteriores, quando nada havia nas ruas, nos morros, nas praças... Nada remetia ao carnaval. Talvez o movimento ficasse apenas restrito às locadoras de vídeo. Sim, elas já tiveram o seu grande momento.

O belo-horizontino ficava “quietinho como bom mineiro” e curtia o silêncio da cidade. Mas quem diria? Isolamento, naquela época, tinha outro sentido.

E eu sempre convidando as pessoas a ficarem por aqui, onde as montanhas pareciam afugentar a festa mais popular do Brasil.

Em 2008, o convite descrito no flyer do Estabelecimento dizia: “Estradas cheias, cerveja cara, buracos na pista, pneu furado, stress, celular fora de área, Axé no talo no porta-malas, farofa com serpentina, falta d’água, avião que não sobe, IPVA e IPTU… Ufa! Que carnaval difícil!”

Dois anos antes, em 2006, a ironia de tratar o feriadão mais esperado do verão como algo sem graça: “Ai, meu Deus! Carnaval de novo? Você que escolheu ficar na cidade mais desanimada do Brasil e curtir a calmaria peculiar desta época por aqui, o bar Estabelecimento não vai deixar por menos. Estamos de volta com o projeto ‘Carnaval sem carnaval em BH’.”

E por aí foram os convites de alguns anos, quando a cidade não fervia, não brilhava, não beijava, não amadurecia e nem pipocava. O importante era se reunir, se divertir... Manter a essência daquilo que a gente ouvia dizer.

Hoje, nesse vazio, mas com consciência do bem-estar de todos nós, o antes e o depois se misturam. Que é lindo, alegre, participativo, inclusivo, organizado, isso é! Já imaginou carioca passar carnaval aqui? Pois é, isso acontece, viu?

Ai, que saudade! Que saudade do carnaval de Belo Horizonte.

Volta logo.

>> A SEÇÃO “BLOCO NA RUA”, PUBLICADA AOS DOMINGOS NA COLUNA HIT, TRAZ TEXTO SOBRE O CARNAVAL ESCRITO POR UM CONVIDADO E FOTO DE FOLIAS DE OUTROS TEMPOS

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