A tranquilidade quase absoluta das noites na Rua Gonçalves Dias, entre a Rua Maranhão e a Avenida do Contorno, no Bairro Funcionários, nem de longe lembra o movimento daquele local entre 1985 e 1993. Ali, no número 54, funcionava o Cabaré Mineiro, que “fervia” a noite da cidade, apresentando nomes que estavam começando. Marisa Monte, por exemplo, fez o segundo show de sua carreira, depois da temporada no Jazzmania, no Rio de Janeiro. Lotou as duas sessões, com as 120 mesas esgotadas.
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O primeiro contrato de locação era de dois anos, mas o sucesso foi tanto que houve mais seis renovações em oito anos. O Cabaré Mineiro só acabou porque o dono pediu o terreno de volta para a construção do prédio que hoje está lá.
A casa foi importante não apenas para lançar talentos. “Ela promoveu a renovação em todos os aspectos. Do projeto arquitetônico, inspirado na antiga Casa de Ópera de Sabará, à comunicação visual, por meio da Oficina Mágica, agência de Marcelo Xavier e Mário Valle”, conta Cláudio Oliveira. Nas faixas espalhadas pela cidade, só se anunciava o nome do artista e o horário do show, e todo mundo já sabia que seria no Cabaré, relembra.
Mas nem tudo foram flores. Na abertura do Cabaré Mineiro, os donos quiseram ousar implantando a cobrança por computador, mas a pane no sistema deu o maior problema. E todos saíram sem pagar consumação!
Antes de encerrar as atividades, os sócios buscaram acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, na tentativa de doar o espaço para ser transformado em espaço cultural. Ofereciam terreno de igual valor. Na época, a PBH nem sequer respondeu aos empresários.
Antes de encerrar as atividades, os sócios buscaram acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, na tentativa de doar o espaço para ser transformado em espaço cultural. Ofereciam terreno de igual valor. Na época, a PBH nem sequer respondeu aos empresários.
ONDE BH DANÇOU
MAIS ENDEREÇOS
A seção “Envelheço na cidade” da coluna HIT continua repercutindo entre os leitores. Antenados que acompanham esta página sempre têm algo a acrescentar. É o caso de José Mansur, que lembrou nomes de boates que, apesar do rigor da nossa pesquisa publicada em 12 de janeiro, com 100 casas, passaram despercebidas.
A lista de José Mansur aponta a Tenda e a Taj Mahal, à beira da lagoa da Pampulha, em frente ao Bar Redondo; El Rancho, na Avenida Antônio Carlos, perto do Sírio Libanês; e Castelinho, na esquina de ruas Santa Catarina e Aimorés, no Centro. “Havia uma peculiaridade: mulheres podiam entrar sozinhas, mas homens somente acompanhados”, lembra. E chama a atenção para a Itapoã, na esquina de Avenida Bias Fortes com Rua São Paulo. “A boate mais escura que já frequentei. O garçom tinha de iluminar com o isqueiro o cardápio e a conta para você enxergá-los.”
No caso da People, na esquina de Rua Alvarenga Peixoto com Rua Rio de Janeiro, “o proprietário era o saudoso jornalista Dirceu Pereira”, diz Josué. Tinha também a Stilingue, na esquina de Avenida Amazonas com Rua Junquilhos, e a Broadway, na Savassi. “Nesse local, anteriormente funcionou o bar Mistura Fina, pertencente ao mesmo proprietário, o Wellington”.
Mansur cita também a Mirage (esquina da Rua Paraíba com a Rua Inconfidentes) e o Closed Club, que funcionava ao lado da Mirage. “A pessoa pagava mensalidade e virava sócio do local. Recebia até uma cópia da chave. Era sinuca, lounge e boate.” A Samantha, na Rua Rio Grande do Norte, próximo ao restaurante Casa dos Contos, também era de Dirceu Pereira, conta.
Tem mais: “Sun Flower, na Rua Araguari, ao lado da sauna Samurays; Charm, na curva da Ponteio; Oriço, na Avenida Brasil com Rua Alagoas; Woodface, na Rua Aimorés com Getúlio Vargas; Bangalô, na Rua Alagoas com Av. Brasil; Caven 77, na Rua Cláudio Manoel com Av. Afonso Pena, ao lado do bar Panorama; e Brilhantina, na Avenida Bernardo Monteiro com Rua Padre Rolim, que bombou na época da discoteca”, diz Mansur. Ele também destaca a Le Chat Noir, na Avenida Av Afonso Pena com Avenida Getúlio Vargas.
Tem mais: “Sun Flower, na Rua Araguari, ao lado da sauna Samurays; Charm, na curva da Ponteio; Oriço, na Avenida Brasil com Rua Alagoas; Woodface, na Rua Aimorés com Getúlio Vargas; Bangalô, na Rua Alagoas com Av. Brasil; Caven 77, na Rua Cláudio Manoel com Av. Afonso Pena, ao lado do bar Panorama; e Brilhantina, na Avenida Bernardo Monteiro com Rua Padre Rolim, que bombou na época da discoteca”, diz Mansur. Ele também destaca a Le Chat Noir, na Avenida Av Afonso Pena com Avenida Getúlio Vargas.