Mariana Arruda
Atriz e palhaça, integrante e fundadora do Grupo Maria Cutia
Se esse tal Teatro é a arte do encontro, num tempo de desencontros, como poderia ele acontecer? Nas adaptações virtuais, on-line, remotas, experimentais e tudo quanto foi nome e formato que se experimentou por aí para vê-lo viver nestes tempos pandêmicos, buscamos a métrica emoção na razão. A razão em busca da saúde coletiva, do cuidado, da sobrevivência. E como esse tempo de reclusão foi importante.
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Ator realiza sonho e monta teatro nos fundos de casa, no bairro Nova Suíça"O teatro é o instante mágico em que fantasia e realidade se fundem"Pádua Teixeira explica os 22 anos de sucesso da peça 'Nas ondas do rádio'O teatro e sua força gigante de resistência e permanência Nem mesmo a pandemia apagou o fio de esperança que sustenta o teatro''O palco é o lugar do ofício de homens e mulheres de teatro''Brilho no olho? Coração na boca? Frio na barriga? Arrepios e voz embargada? Esses sintomas, a gente vê por aqui. Novos sintomas, velhos sintomas, eternos sintomas que vivemos nessa emocionante arte do encontro, que é nosso velho teatro. Neste novo normal não há como ser diferente.
Dizia Stanislavski que todo ator sente medo antes de entrar em cena e que isso é imprescindível, assim como o medo do soldado que vai para guerra. Acho que somos um pouco guerrilheiros mesmo. Guerrilheiros de Baco sempre em busca de celebrar a vida. Estamos vivos, e o teatro vem saudar isso.
Com críticas, com homenagens, com provocações, com nostalgia, com gargalhadas, com lágrimas, com sabedoria, com bobagens, a vida há sempre de ser celebrada em cena e fora dela. Que com esses ingressos a preços populares retomemos toda essa emoção do pão e circo, das tragédias e comédias, dos melodramas, das palhaçadas.
Que essa Campanha de Popularização seja uma campanha para novos e possíveis encontros. Que o teatro e a dança inspirem esperança, mudança, crítica e alegria. Que nos faça pensar no que amamos, nos espaços mais íntimos que só uma história bem contada faz acessar. Teatro é ver a história de um outro, mas que no fundo fala é de mim mesmo.
Teatro é rir do outro e logo ali rir de mim mesmo. É sempre pessoal. Engana-se aquele que acha que o artista vai ao palco mostrar habilidades. O palco é o espaço de apresentar mundos e falar intimamente para quem está sentado ali na frente dele. O teatro é um espaço no tempo e um tempo no espaço. O hoje e o agora.
Nessa Campanha, seguimos com a bênção de Suassuna e as cores de uma aquarela, cheios de alegria, à espera do bem mais precioso desse encontro: o público. Venham mascarados em homenagem ao teatro grego ou à commedia del arte, cheios de álcool em gel em homenagem aos rituais das bacantes.
Abençoados pela Compadecida e coloridos pelo incrível olhar da infância, nós, do Grupo Maria Cutia, seguimos no palco e na vida, desejando saúde a todo mundo e ao mundo todo. Um brinde ao teatro!
. ÀS SEXTAS-FEIRAS, A COLUNA HIT PUBLICA A SEÇÃO TERCEIRO SINAL, NA QUAL ATORES, DIRETORES E PRODUTORES RELATAM COMO É ENCARAR OS DESAFIOS DO TEATRO NA PANDEMIA.