“Por onde quer que eu passe, acabo sempre na Savassi.” O verso de Pacífico Mascarenhas é o que há de melhor para definir a importância geográfica e social de um dos bairros mais conhecidos da capital mineira. A coluna pega a frase emprestada e faz sua adaptação: “Por onde quer que a história siga, alguma coisa ficará para sempre guardada na Savassi”. Pacífico integrou a Turma da Savassi, que se encontrava na padaria que batizou a região. A coluna registrou várias vezes o vaivém das festas que transformaram aquela área em caldeirão de ritmos, gêneros e animação.
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No final dos anos 1980, a Cidade Nova era referência na balada em BHColuna HIT abre baú de história da Caramelo, festa que marcou os anos 2010''Envelheço na cidade'', seção da HIT, conta a história das boates de BHPop Rock Café fez história na Savassi, recebendo shows de grandes bandasSob o Céu de Calcutá, pioneira na balada em BH, foi aberta há 28 anosCasa se mantém como referência na balada em BH há mais de 20 anos Boate Tom Marrom, que fez história em BH, é tema de 'Envelheço na cidade'O longo aprendizado de Roberto Borges, o Betaum, na noite de BH27 de setembro de 1990. A L'Apogée abre as portas, revolucionando o conceito de noite em BH. O espaço era dividido em scotch bar, restaurante e boate. “Foi um negócio de arromba”, lembra Rônei Rezende. Ele abriu o empreendimento em sociedade com Roberto Jacome, o Jajá, que se transformou na cara da noite da cidade ao longo de duas décadas. Do Hippopotamus, no Rio de Janeiro, Rônei trouxe o maitre Claude Lepair.
As lembranças são muitas. As mais inesquecíveis para Rônei foram as vezes em que Tim Maia, depois de shows no Palácio das Artes, ia para a L'Apogée e cantava no scotch bar. “Era uma época de muito glamour”, pontua. “As pessoas disputavam quem gastava mais em uma noite”, conta, lembrando que, com a chegada do tênis, o fim do glamour foi decretado.
As lembranças são muitas. As mais inesquecíveis para Rônei foram as vezes em que Tim Maia, depois de shows no Palácio das Artes, ia para a L'Apogée e cantava no scotch bar. “Era uma época de muito glamour”, pontua. “As pessoas disputavam quem gastava mais em uma noite”, conta, lembrando que, com a chegada do tênis, o fim do glamour foi decretado.
No final dos anos 1990, o movimento da casa já não era o mesmo do início. Rônei saiu da empresa. Jajá, antenado, percebeu que o espaço poderia continuar transformando a noite de BH. Em 2000, a L'Apogée não existia mais. Em seu lugar surgiu a Excess, também capitaneada por Jajá. A casa abria de quinta a domingo; às quartas, uma vez por mês, tinha o Clube de Mulheres.
Na sequência vieram a Joy, a Roxy e a Josefine, a boate que foi referência da comunidade LGBTQI+. Nessa fase, Jajá teve como sócio Marcelo Marent, sempre lembrado pelas ideias criativas que fizeram sucesso por anos na noite da cidade.
Na sequência vieram a Joy, a Roxy e a Josefine, a boate que foi referência da comunidade LGBTQI+. Nessa fase, Jajá teve como sócio Marcelo Marent, sempre lembrado pelas ideias criativas que fizeram sucesso por anos na noite da cidade.
Fevereiro de 2022. Quase nada lembra o endereço que foi de ponto de encontro da sociedade glamourosa a endereço das tribos as mais diversas. O número 729, hoje, está dividido em três portas. Uma delas, uma loja de produtos nacionais e importados. As outras duas, até o mês passado, estavam para alugar.
O mezanino que marcou todas as boates faz parte do imóvel, que, muito antes da L'Apogée, foi endereço da loja do estilista Gregório Faganello, trazida a Belo Horizonte por Rônei Rezende.
O mezanino que marcou todas as boates faz parte do imóvel, que, muito antes da L'Apogée, foi endereço da loja do estilista Gregório Faganello, trazida a Belo Horizonte por Rônei Rezende.