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Estado de Minas COLUNA HIT

Chef Humberto Passeado será homenageado amanhã pela Confraria da Carol

Carolina Machado vai ensinar a receita mais famosa de Passeado, o steak au poivre, nesta quinta-feira (17/2), com transmissão on-line


16/02/2022 04:00 - atualizado 16/02/2022 04:09

Chef Humberto Passeado toma cafezinho e sorri, sentado em sofá numa sala
O chef Humberto Passeado morreu na última quarta, vítima de aneurisma torácico (foto: Studio Tertulia/Divulgação)

A amizade de Carol Machado com o chef Humberto Passeado começou por acaso, quando ela foi convidada por uma amiga para participar de uma das disputadas aulas de culinária do mestre. Aquele encontro se prolongou para a vida. Humberto foi padrinho de casamento de Carol; a filha dela, Sofia, gostava tanto dele que o chamava de vovô Hum. Carol era tão ligada a ele que, nas emergências de saúde, era para o telefone dela que os médicos ligavam. Carol foi a primeira a receber a notícia da morte do amigo, vítima de aneurisma torácico, na quarta-feira passada (9/2).

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"Vivi uma semana difícil. Humberto era como pai, era umas das pessoas mais próximas, com quem eu falava todos os dias", lembra Carol, que nesta quinta-feira (17/2) vai prestar homenagem ao chef com uma aula especial da Confraria da Carol. No menu, o steak au poivre, o prato mais pedido nos restaurantes dele e o preferido por quem conhecia a cozinha de Humberto.

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Humberto trocou Juiz de Fora por Belo Horizonte ainda muito jovem. Veio para a capital mineira em busca de oportunidades. Formou-se em letras, trabalhou como ascensorista, montou uma marcenaria, que foi destruída por um incêndio. Como já naquela época era bom na cozinha e fazia uma moqueca como poucos, decidiu abrir um restaurante em Nova Lima. "Lendo ‘O pato selvagem’, de Ibsen, resolveu dar o mesmo nome ao restaurante em Nova Lima. Como muita gente acreditava que o restaurante era francês, pediam steak au poivre. Com a procura, ele disse que teria que aprender a cozinha francesa. Comprou livros e começou a estudar e desenvolveu o prato, que virou seu carro-chefe", conta Carol, lembrando que, em Moeda, Humberto foi dono do Restaurante Hum.   

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No início da pandemia, Carol inovou no mercado da gastronomia, criando aulas on-line com alunos acompanhando o passo a passo de receitas cujos ingredientes eram enviados em caixas, que ainda hoje são sucesso. Humberto estava ao lado dela na primeira aula, mas ela não sabe por que não fizeram o steak au poivre. O cardápio de estreia da confraria foi arroz de pato. Para reverenciar a memória de Humberto, Carol vai ensinar os segredos que transformaram o staek no sucesso que ainda é. Para participar, basta acessar a página do instagram @confrariadacarol

O chef Humberto Passeado, segurando uma pinça de cozinha, abraça Carol Machado
Humberto Passeado e Carol Machado (foto: Studio Tertulia/Divulgação)


UM GRANDE EXEMPLO
ARTE, CULTURA E BOA COMIDA

Em sua página no Instagram, Carol definiu Humberto como fonte inesgotável de amor. "Sempre rodeado de gente. Extremamente discreto, fino e culto. O gosto musical dizia muito. Nunca vi alguém tão refinado. Era de origem simples, mas com toda aquela elegância passaria facilmente por herdeiro de uma família aristocrata. Chique de doer, apesar de não dar a mínima para roupas e afins. Consumia arte, cultura e boa comida! Tratava todos da mesma forma, mas tinha um carinho especial pelas pessoas mais humildes. Adorava os bastidores da cozinha."

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Viajaram algumas vezes, mas a melhor viagem foi à Ásia. "Passamos uma semana na China, a convite de um empresário chinês que queria apresentar a culinária local de raiz. Acho que tenho assunto para um livro apenas com essa viagem. Foi hilária! Quanto mais íamos conhecendo, mais convencidos ficávamos de que não tinha condições. Fui como intérprete e ele me colocava em apuros", diverte-se. Sobre a relação de Humberto com a filha, Sofia, Carol fez um depoimento emocionado. "Foi o primeiro a vê-la pelo corredor e chorou de emoção. Ninguém ensinou, mas ela, intuitivamente, o chamava de vovô Hum. Começou a tocar piano por influência dele. Adorava desenhar pra ele e sempre pedia para levar seus desenhos para colocar moldura. “Mamãe, vovô Hum ama pendurar meus quadros pela casa. Coloca uma moldura bem bonita.” Ela levava seus desenhos cheia de orgulho, e ele os recebia como obras de Matisse.



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