Jornal Estado de Minas

A escola de samba Unidos Guaranys está com o carnaval do ano no protótipo

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ENTREVISTA
Gleison Fernandes da Silva 
Diretor de marketing da Unidos dos Guaranys

A suspensão do carnaval levou um sentimento de frustração ao barracão da Unidos dos Guaranys. "Não poder vivenciá-lo o ano inteiro deu a sensação de que a missão não foi cumprida. O primeiro ano sem nos apresentarmos na passarela do samba foi muito desolador, doído, porém necessário", pondera o diretor de marketing da Unidos dos Guaranys, Gleison Fernandes da Silva. 





A dor, segundo ele, era minimizada pela possibilidade de estarem juntos no ano seguinte. "O ano seguinte chegou, nos preparamos, nos apegamos à vacina, certos de que o pior já havia passado e que tudo seria diferente, o que não se concretizou."

Apesar do cenário, naquela época ainda mais indefinido, Gleison afirma que trabalharam na esperança de dias melhores, com o mesmo brilho nos olhos da preparação de carnavais anteriores, apesar das incertezas. 

"Um barracão de escola de samba só para na quarta-feira de cinzas, para tudo recomeçar na quinta-feira", afirma. A escola preparou samba-enredo, protótipos dos carros alegóricos, esboços das fantasias, alegorias e adereços. “Convocamos os ferreiros, artesãos, algumas peças foram criadas e, mais uma vez, veio a frustração de toda uma comunidade envolvida", lamenta. 





Todo o trabalho de 2022 será aproveitado no ano que vem?
Os pilares de tudo o que foi planejado serão aproveitados, mas muitas peças deste planejamento vão exigir manutenção e retrabalho. Os conceitos mudam de um ano para o outro e os custos também variam. Muitas coisas vêm de fora, existe toda uma complexidade para se colocar um carnaval na avenida.

Qual o prejuízo para a escola e as comunidades com a não realização do carnaval?
A maior parte da renda que mantém as escolas de samba e ajuda a colocar o carnaval na avenida vem da prefeitura do município, via patrocínio para a cultura. Quando esta verba não vem, a escola assume este prejuízo, muitas vezes sem a mínima condição. Sem carnaval, não existe patrocínio. A manutenção das escolas fica inviável. Não temos recursos próprios, não temos como pagar a manutenção dos nossos equipamentos, as que não possuem barracões ou espaços próprios estão em débito, com dívidas de aluguéis e o risco de despejo. Estamos há dois anos sem recursos públicos que geram renda para a comunidade, o carnaval emprega muita gente antes, durante e depois do período carnavalesco.

Vocês acham que a COVID-19 é o grande empecilho para a não realização do carnaval?
A COVID é um agravante, precisamos realmente cuidar dos nossos, porém existem protocolos que poderiam garantir o acesso das pessoas aos locais de desfile com segurança sanitária, assim como em shows, estádios de futebol e afins. O que fica para nós, comunidade e sambistas, fazedores de cultura popular, é que, assim como diz a canção, "o samba agoniza, mas não morre".