Se há uma mania do século 21 que fez falta aos anos 1990, é alguém sacar o celular para fazer fotos. Sem tecnologia de ponta e muito menos o hábito que nos consome hoje em dia, boa parte da memória da noite de Belo Horizonte daquela época se perdeu, restringindo-se apenas a histórias ou a um negativo perdido por aí. As duas fotos menores que ilustram a coluna desta quinta-feira (10/3) são exemplos disso. Uma delas é a imagem da logomarca da boate Sob o Céu de Calcutá, inaugurada em outubro de 1994, na Rua Ouro Preto, entre a Avenida do Contorno e a Rua Tupis, no Barro Preto. A outra mostra uma camiseta.
O imóvel ocupava área de 600 metros quadrados. Na parte social, mesa de sinuca e jogos de dardo. Nos fundos, um galpão. O jardim com mesas completava o visual, assinado por Isaura Kallas e Vera Hermeto.
O movimento era intenso: a cada noite, vendiam-se 1 mil taças de chope, que chegavam geladas às mãos do cliente. O truque era simples: elas tinham o fundo mais grosso e, depois de lavadas, eram colocadas na cuba com água gelada. Três caixas de uísque, campari e de vodca eram consumidas a cada noite. Inovação também no cardápio: o bufê incluía carnes na chapa, como picanha. Era um sucesso.