Jornal Estado de Minas

Coluna Hit, assinada pelo jornalista Helvécio Carlos, completa hoje 18 anos

Conteúdo para Assinantes

Continue lendo o conteúdo para assinantes do Estado de Minas Digital no seu computador e smartphone.

Estado de Minas Digital

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Utilizamos tecnologia e segurança do Google para fazer a assinatura.

Experimente 15 dias grátis



2022
Gustavo Greco
Diretor de Criação da Greco Design

Dezoito anos de coluna Hit! Quase duas décadas de história que atravessa a história da Greco. Fizemos a marca, a revista, inúmeras entrevistas, festas. Eu fiz um amigo. No mundo, tudo mudou. O digital se transformou em real; sua casa em qualquer lugar, por alguns dias, não é sua; a moeda pode ser cripto; a obra de arte imaterial e sua câmera fotográfica agora voa. Intolerância religiosa, racismo, homofobia e machismo nunca estiveram tão fora de moda. Embora pessoas insistam em disfarçá-los de amor à pátria. Uma pandemia leva o trabalho para dentro de casa (antes fosse só esse o efeito). E, agora, guerra. Tem coisa mais anos 1940 do que guerra? Os institutos de pesquisa afirmam que as pessoas estarão em busca de intimidade, mais do que de meras conexões temporárias. Relacionamentos mais significativos e senso de comunidade estarão em alta. Assim espero. Quando o Helvécio me ligou perguntando sobre qual ano eu gostaria de falar, não tive dúvida: 2022. Porque, disso tudo, o que eu aprendi é que só temos de verdade o “agora”. Afinal, o que passou, passou. E o que virá? Ah, como diria Drummond: depois de amanhã é domingo, e segunda-feira ninguém sabe o que será.





2021
Onildo Rocha
Chef

Vivemos em um país de dimensões continentais, com múltiplas influências e heranças culturais. Como chef brasileiro, nascido na Paraíba, tenho como principal premissa defender e difundir a pluralidade do meu país. Em 2021, tive a oportunidade de trazer a Cozinha Armorial para São Paulo, com a abertura do espaço Priceless Mastercard, na cobertura do icônico Edifício Mackenzie, no Centro da cidade. O Movimento Armorial foi criado por Ariano Suassuna, na década de 1970, e busca transformar conceitos populares em eruditos. Levamos isso para a gastronomia utilizando técnicas francesas para trabalhar ingredientes regionais. Um projeto com tanto potencial como o Priceless nos permite descentralizar o olhar, levando foco para outras regiões do Brasil, mostrando que somos um povo diverso, feito de misturas que se manifestam no prato.

2020
Marcos Guimarães
Designer ativista

Um movimento nasce a partir da inércia. Em julho de 2020, estávamos todos paralisados, com medo do desconhecido. Muitos num ócio forçado pela circunstância de uma pandemia que ninguém se preparou. Eu estava em casa, olhando para dentro, motivado pelo que estava lá fora. Desse momento nasceu o "Em desconstrução", movimento antipreconceito no Brasil e em Portugal, para dar visibilidade, estimular reflexões e propor ações de conscientização sobre os preconceitos estruturais. A desconstrução de preconceitos é um trabalho diário e de persistência.

2019
Luis Couto
Banda Devise

O ano em que mais fizemos shows na nossa história. Impulsionados pelos dois primeiros singles pós “Petricor” (nosso segundo disco), começamos uma nova fase na banda. Buscando novas sonoridades, nos apresentando em grandes capitais do país e também no interior de Minas Gerais. Um período cheio de experimentações, de pé na estrada, de grandes encontros na música, coroado com um terceiro single, “De quanto em quanto tempo?”, formando então os três grandes pilares do nosso álbum mais recente.





2018
Ana Vilela
Gestora cultural da Casa Fiat de Cultura

A exposição “São Francisco na arte de mestres italianos”, apresentada no Brasil pela primeira vez pela Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte, foi eleita pela publicação The Art Newspaper, da Inglaterra, como uma das 100 mostras mais visitadas do mundo em 2018, na categoria old masters. Sucesso de público na capital mineira, a exposição seguiu para o Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e para São Paulo, no Museu da FAAP. A mostra apresentou um conjunto de importantes obras, realizadas entre os séculos 15 e 18, de grandes mestres como Tiziano Vecellio, Pietro Perugino e Guercino, vindas de 15 museus italianos. Além das telas, a exposição trouxe ainda uma sala de realidade virtual, que possibilitou ao visitante caminhar pela Basílica Superior de Assis (1228), uma das mais importantes e belas basílicas da Itália, que guarda obras-primas do pintor italiano Giotto.

2017
Gustavo Penna
Arquiteto

O ano foi plural. Gosto disso porque a arquitetura para mim é sempre no plural. Várias pessoas, atividades, áreas e simbolismos. Fiz de tudo um tanto: livros sobre o Museu de Congonhas e sobre o Edifício Aureliano Chaves (Forluz); palestra na Univesidade de Lisboa junto com Alberto Campo Baeza; conversei com gente de vários países; 40 anos de carreira e ainda inaugurei uma cervejaria especial. Viagens, saudade, pessoas. Brindemos a isso!

2016
Roger Deff
Rapper

O ano era 2016. Três anos após a população tomar as ruas pedindo mais saúde, mais emprego e, em meio a tudo isso, narrativas muito estranhas começaram a ganhar eco, numa ideia antipolítica que daria palco para “não políticos”, novos atores (ou nem tanto), que se apresentariam como a renovação utilizando velhos discursos. O clamor contra a corrupção se converteu num sentimento anti-Estado, contra tudo o que fosse público, contra programas sociais, uma visão apoiada no antipetismo, que se converteria em discurso contra toda e qualquer ideia de cunho progressista. Esse era o clima político de 2016, que culminaria no impeachment de Dilma Rousseff e na ascensão de uma nova direita que evidenciaria os velhos preconceitos outrora velados. Era um ano de transformação, eu começava uma nova caminhada como artista, como pessoa, num país em colapso, seguia em busca de novos rumos necessários. Talvez todo esse processo nos ensine algo, pode ser, assim como a minha caminhada pessoal me permitiu outras perspectivas. Termino 2016 com o verso do Belchior agora retomado por Emicida: “Ano passado eu morri, mas este ano eu não morro”. 2022, tempo de renascer.

2015
Fernanda Takai
Cantora

Esse foi o ano em que estreamos a versão ao vivo de "Aventuras de Alice no País das Maravilhas", com o Giramundo e Pato Fu no palco. É o espetáculo mais complexo do qual participei, pois envolve um sincronismo absurdo de animação, filme, iluminação, manipulação de bonecos, música, atores, sonorização, trocas de roupa e um cenário que se modifica o tempo todo. Sei que provavelmente nunca o verei como é, pois nada substitui a experiência de estar ali na plateia ao vivo. Só posso esperar que a gente tenha a chance de encená-lo mais uma vez, pois a mágica dessa montagem e o texto de Lewis Caroll serão sempre atuais.





2014
Paulo Rossi
Produtor

Décimo quarto ano do século 21 – ainda sem carros voadores, como prometeram todas as ficções científicas de nossa infância e adolescência, mas com a tecnologia voando com asas longas pelo mundo todo. Foi o ano da reeleição de Dilma como presidente do Brasil, que deu no que deu e todo mundo conhece o desfecho desta difícil parte da história do nosso país. Minha empresa na época, a Nouveau, continuava operando como vinha fazendo há mais de 20 anos e realizando inúmeros eventos fora do estado, em Belo Horizonte, casamentos em Tiradentes, Itaúna, Nova Lima. Lembro-me bem de um no Mix Garden e de outro sendo preparado para o espetacular recém-inaugurado CasaTua, para o ano seguinte, 2015. Ainda em 2014 tive também a alegria e a satisfação de preparar e realizar o casamento de um dos meus filhos. Mas, mesmo continuando a todo o vapor com eventos que vinham de planejamentos do ano anterior, já eram sentidos os efeitos negativos do (des)governo brasileiro e pudemos antever que tempos difíceis estavam se avizinhando. Foi o início da barra pesada para o mundo dos eventos. Nesse período, comecei a gestar o fim da Nouveau e o início da minha carreira solo na empresa que fundei em 2015, e na qual opero até hoje.

2013
Márcia Charnizon
Fotógrafa

Depois que meus dois filhos nasceram, concentrei a rotina na fotografia comercial, ficando mais de 10 anos longe dos meus projetos pessoais. O ano de 2013 tem uma importância porque marca a retomada da minha produção artística, com o livro “Memorabilia da Casa do Azevedo”, impresso com os recursos do 13º Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia. Tive a felicidade e o privilégio de ter ao meu lado, nesse trabalho, os queridos Guili Seara (desenho e narrativa gráfica) e Beatriz Magalhães (narrativa literária e posfácio). Um trabalho que fala de uma típica morada vernacular brasileira, das camadas do tempo, onde passado e presente coabitam num movimento de ressignificação dos sentidos e reinvenção nos modos de viver.

2012
Flávia Albuquerque
Galerista

A exposição “3 lamas”, de Nuno Ramos, com certeza foi um marco em nosso trabalho. Não posso esquecer também do Nelson Leirner, que trouxe “uma vista para o mar” para Belo Horizonte. Os muitos projetos com o Antônio Dias e seu humor tão peculiar são impossíveis de não ser lembrados. Alguns artistas estão conosco desde o começo: José Bechara, José Bento, Gabriela Machado e Raul Mourão, entre outros; alguns há menos tempo, mas que parecem estar aqui a vida toda. Como galerista, é incrivelmente difícil separar totalmente as relações profissionais das relações pessoais, mas nem por isso deixo de lado o profissionalismo que me acompanha desde os primórdios da galeria. Eu e toda a minha equipe temos um enorme respeito pelas pesquisas dos nossos artistas, bem como pelos investimentos que aconselhamos aos nossos clientes, desde os mais recentes até os que nos acompanham desde sempre.





2011
Bruno Carneiro
Empresário

Invertendo a lógica comum das coisas, 2011 marcou o fim de uma das melhores épocas da minha vida e, por isso mesmo, me deu motivos para comemorar. Parece loucura, mas após 11 anos à frente da gestão da naSala, em janeiro daquele ano acordei sem a taquicardia que acompanha todo produtor de eventos. A sensação de lacuna já era grande antes mesmo das primeiras 24 horas terminarem… mas a liberdade de recompor hábitos cotidianos, como fins de semana em família, dormir todos os dias no mesmo turno e poder planejar feriados de folga, tinha mais espaço nos meus recém-33 anos. Tinha sido tudo muito bem planejado desde 2009 e eu estava tranquilo de deixá-la em ótimas mãos, que a conduzem até hoje. Como último capricho, organizei a festa de 10 anos e fiz questão de não ter qualquer tipo de despedida pra deixar claro que saía da gestão, mas não do time. 2011 nunca vai ser um ano qualquer pra mim. Fim e recomeço na mesma data. Sentimento de orgulho, mas não de saudade.

2010
Gustavo Queixinho
Mestre do Samba Queixinho

O Samba Queixinho foi fundado em 2009, época bem diferente dos dias de hoje. Em 2010, foi o primeiro desfile do bloco. Praticamente não tinha carnaval. Um grupo de 10 pessoas resolveu ficar na cidade na época pra fazer seu carnaval. Para surpresa da turma, a alegria foi geral. Ocupar as ruas de Beagá de uma forma diferente do cotidiano, que normalmente usamos para deslocamento do dia a dia sem graça. O carnaval veio pra ficar, mas é bom saber que o carnaval de Belo Horizonte nunca deixou de existir. As escolas de samba e blocos caricatos são os responsáveis pelo carnaval inclusivo, diverso e de resistência, os blocos de rua vieram para somar nessa luta. Viva os carnavais de Minas e do Brasil!

2009
Eliane Parreiras
Presidente da Fundação Clóvis Salgado

Expansão e desafios são, para mim, os marcos de 2009. Na vida pessoal, descobri a maternidade e todo o amor por Clara em seus primeiros meses de vida. Na perspectiva profissional, um desafio ao sair da direção do Instituto Cultural Usiminas, retornando à gestão pública para atuar no Circuito Cultural Praça da Liberdade. Ousada criação de rede integrada de equipamentos culturais, com oferta diversa de acervos e programações, em uma inovadora parceria entre poder público, iniciativa privada e sociedade civil. Apesar de ainda estarmos em recuperação da crise econômica internacional de 2008, a arte e a cultura em BH passavam por ampla expansão, com muitos novos espaços e iniciativas culturais em plena idealização e construção. Como o Memorial da Imigração Japonesa, de Paulo Pederneiras, Gustavo Penna e Mariza Machado Coelho, inaugurado em 2009, e o Cine Theatro Brasil Vallourec, Sesc Palladium e Centro Cultural Minas Tênis Clube, alguns dos importantes espaços que vieram nos anos seguintes. Encerrei o ano assumindo a presidência da Fundação Clóvis Salgado, novo desafio profissional que veio junto com a alegria de celebrar os 40 anos do Palácio da Artes.

2008
Fabio Mechetti
Diretor artístico e regente titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

Foi um ano emblemático para mim pessoalmente e para Minas Gerais culturalmente. Depois de três décadas desenvolvendo carreira no exterior, encontrei no Brasil condições extremamente favoráveis para estabelecer uma orquestra de nível internacional, ousada iniciativa do governo do estado que deu origem à Filarmônica de Minas Gerais. Desde sua estreia, em fevereiro daquele ano, a Filarmônica se estabeleceu rapidamente como uma das melhores orquestras nacionais, hoje reconhecida, não tanto no país quanto no exterior, como exemplo de um projeto bem-sucedido na área sinfônica. Exemplo desse reconhecimento pode ser medido com os vários prêmios ganhos pela orquestra, o mais recente deles a nomeação para o Grammy Latino em 2020. O maior reconhecimento, entretanto, vem dos próprios mineiros que se orgulham profundamente de sua orquestra e a apoiam consistentemente, seja pelo crescente número de assinantes que conquistou ou pelas dezenas de milhares que a aplaudem ano após ano. Não há recompensa maior para um regente do que ver o resultado desse trabalho conjunto, que se consolidou como o maior projeto sinfônico da América Latina neste século, principalmente depois da construção da Sala Minas Gerais, igualmente reconhecida como uma das melhores salas de concertos no mundo. Prestes a completar 15 anos de existência, lembro-me claramente daquele ano de 2008, marcado por grandes desafios, mas historicamente definido como um divisor de águas na cultura de Minas e do Brasil.





2007
Rogério Faria Tavares
Presidente da Academia Mineira de Letras

Até hoje guardo todas as minhas agendas em papel. Como se elas fossem as testemunhas do que passou. Ficam empilhadas no fundo de um armário, prontas para socorrer a minha memória, como é o caso agora. Abro o volume relativo a 2007: sessões de terapia com Gregório Baremblitt (saudade eterna!); reuniões com Nereide Beirão (com quem tive a honra de trabalhar na Prefeitura de Belo Horizonte); almoços com familiares e amigos. Dia 28 de abril, sábado, na Igreja de Santo Inácio de Loyola: casamento com Sabrina (dia feliz, feliz, feliz). Lembretes: 1) uma caneta boa para assinar os papéis; 2) combinar com o motorista para buscar padre Henrique na casa dele. Dia 4 de novembro: mudança para a Espanha, onde ficamos por dois anos, num tempo em que o Brasil ainda era respeitado e admirado por toda parte.

2006
Beatriz Apocalypse
Diretora do Giramundo

O ano foi um dos anos mais movimentados do Giramundo. Tivemos circulação do Teatro Móvel Giramundo, um caminhão que transportava tudo para a apresentação, desde cadeiras para o público até iluminação, cenografia e bonecos. Ganhamos três prêmios Sinparc com “Pinocchio” (iluminação, cenografia e trilha sonora). Remontamos e apresentamos “A flauta mágica”, com orquestra, no Palácio das Artes, e fizemos uma circulação de oficinas de construção de bonecos artesanais em várias cidades de Minas.

2005
Eduardo Moreira
Ator do Grupo Galpão

O ano de 2005 foi coroado com a nossa primeira turnê pelo Vale do Jequitinhonha, com o espetáculo “Um Molière imaginário”. A excursão, que percorreu várias cidades, foi uma verdadeira festa, reafirmando a vocação do Galpão para apresentar seus espetáculos para grandes públicos e em circuitos alternativos. 2005-2006 representou também nossa segunda parceria com Paulo José na montagem do espetáculo “Um homem é um homem”, a segunda visita do Galpão à obra do dramaturgo alemão Bertolt Brecht. A montagem foi um marco da história do grupo e foi uma extraordinária oportunidade de aprofundarmos e consolidarmos a parceria com um mestre, o ator e diretor Paulo José.





2004
Helvécio Carlos
Colunista

Dezoito anos se passaram desde a primeira edição publicada naquele domingo, 21 de março. De lá pra cá, a coluna registrou a vida social e cultural de Belo Horizonte. Em 6.480 edições, a coluna acompanhou e registrou o que aconteceu de importante na cidade. Acompanhou o auge das festas de 15 anos, registrou casamentos inesquecíveis, viveu a efervescência dos eventos de música baiana e eletrônica, hoje lembranças de um passado recente. A pandemia forçou mudanças severas, inclusive no dia a dia de uma coluna social, que só não perde o compromisso com a informação.