Às vésperas de comemorar seus 25 anos em junho, A Obra – O Bar Dançante tem o que festejar. A casa sobreviveu a exatos 22 meses de portas fechadas por causa da pandemia. O sonho não acabou por uma série de decisões estratégicas. Foi preciso demitir – entre o pessoal do bar e da segurança, eram 14 empregados, a maioria no quadro funcional desde o início das atividades –, negociar o aluguel com o proprietário do imóvel e recorrer ao banco para conseguir se equilibrar.
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“Vamos voltar com o projeto. Sabemos o quanto é difícil para uma banda em início de carreira, especialmente se for autoral, encontrar espaço legal para tocar, com estrutura adequada a um show”, comenta Marcelo Crocco Rodrigues, que tem como sócios Marcelino Rodrigues da Silva e Claudio Vieira Rocha.
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Marcelo Crocco diz que sobreviver à pandemia, readmitir funcionários e reencontrar os amigos às sextas e sábados são motivos para comemorar os 25 anos d'A Obra. A programação ainda será definida. A casa surgiu devido a problemas que Marcelo e os sócios sentiram na pele quando eram jovens músicos da banda Os Meldas. “Era muito difícil ter um lugar legal para tocar. Não existia espaço para shows em BH, só bares com música ao vivo”, relembra. Uma das inspirações veio do Calabouço, no Bairro Primeiro de Maio. Marcelo Crocco também trabalhava com sonorização e na extinta Broaday, em Santa Tereza, promoveu a festa Reggae on Broaday, no início dos anos 1990, com muito sucesso.
A permanência d'A Obra por duas décadas e meia na vida noturna de Belo Horizonte não se deve ao acaso. Marcelo Crocco ressalta que ele e os sócios sempre fizeram questão de um espaço que não fosse apenas boate, mas um ponto de cultura da capital, oferecendo também debates, vernissages e atividades artísticas em geral. “A pandemia atrapalhou a vida de todo mundo e não foi diferente com a nossa. Não tivemos pressa de reabrir, esperamos com paciência. Não queríamos ser foco de COVID”, explica.
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A procura por um espaço para instalar A Obra começou em 1996. Marcelo se lembra de rodar BH com capital muito modesto para investir. Foi justamente a situação econômica que batizou o espaço, que sempre funcionou na Rua Rio Grande do Norte, na região da Savassi. O projeto mais barato que um amigo arquiteto sugeriu era o bar feito de material de construção. E assim foi feito. Porém, com a mudança das leis que regem espaços de entretenimento, o projeto original não existe mais. “Nós sempre nos adaptamos para garantir a segurança do público, o que é muito importante”, afirma Marcelo Crocco.
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