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Promotor de eventos mineiro revela o início de sua carreira na noite de BH

Felipe Lima diz que o sentimento de entrar em um evento é o mesmo de estar em um grande banquete


07/05/2022 04:00 - atualizado 07/05/2022 07:51

ilustração

 
Felipe Lima
RP

Comecei a trabalhar com a noite em Belo Horizonte muito novo, com 18 anos. Já frequentava festas itinerantes que aconteciam em BH, como as da Pacha Ibiza, Ministry of Sound, Hedkandi, Creamfields e até uma edição do Ultra Music Festival que aconteceu em solo mineiro (até hoje, uma das melhores festas a que já fui na vida).

Uma coisa levou a outra e passei a frequentar a boate que todos os amigos mais velhos gostavam: a naSala. Na época, a idade mínima para frequentar as festas da naSala era 21 anos e por isso estreitei o relacionamento com amigos que já faziam festas lá para conseguir entrar nos dias mais disputados, mesmo tendo 18 anos. Inclusive, acho que nesse momento iniciei a minha carreira de relações-públicas.

Como eu sempre tinha que pedir para os meus amigos promoters incluírem meu nome e os dos meus amigos na lista, acabei sendo notado como um possível promotor de eventos. Foi quando me abordaram, me contando que eu poderia ganhar dinheiro chamando os amigos para frequentar as festas e ainda não pagaria minha entrada. 
Me lembro de que achei bom demais para ser verdade. Como assim? Eu poderia chamar meus amigos para as festas, montar uma balada com tudo de que eu mais gostava no melhor lugar de Belo Horizonte e ainda ganhar dinheiro com isso?

A partir daí, eu tive o prazer de trabalhar com nomes que me inspiram até hoje, como Kiko Gravatá, Frede Andrade, Bruno Carneiro, Flavão Moraes, Pedro Lobo, Tatiana Gontijo, Lucas e Bruno Vereza, Vinícius Amaral, Valber, Vitor Sobrinho, a maravilhosa e insubstituível Sininho e tantos outros, que eu poderia gastar todas as linhas do artigo apenas com eles.

Todos esses e outros nomes se tornaram amigos pessoais que carrego comigo até hoje. Tive o prazer de organizar e convidar amigos para eventos com alguns ídolos, sendo não só atrações como também marcas, labels e influenciadores queridos.

Quando o Black Eyed Peas veio ao Brasil, em 2010, fizemos um after na naSala com os caras tocando para um público super-reduzido, se comparado com os números que eles levavam para seus shows em estádios mundo afora.

Eu sempre vi a noite como uma oportunidade de conhecer pessoas novas, entender suas histórias e ver a vida a partir de diferentes pontos de vista. O sentimento de entrar em um evento é o mesmo de entrar num grande banquete, o que eu mais quero é conhecer pessoas novas. Quanto menos gente conhecida para eu poder desbravar, melhor.

Essa sede de conhecer pessoas novas me levou a lugares que eu sempre sonhei conhecer. Consegui morar fora do Brasil algumas vezes, fui em baladas que eu nem imaginava que existiam, festivais maravilhosos, conheci pessoas de todas as partes do mundo e vivi experiências únicas, mas o que carrego de mais precioso dessas festas são as pessoas que tive o prazer de conhecer.

A noite é, antes de tudo, uma ferramenta para conhecer o outro e se conhecer; o jeito que você faz uso dela é escolha sua. Portanto, viva a noite com intensidade.

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