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O universo colorido e lúdico de Augusto Corrêa e suas bolinhas coloridas

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Provavelmente, o leitor já deve ter ouvido falar de Augusto Corrêa, o jovem de 21 anos, natural de Brasília, portador da síndrome de Down, que conquistou muitos fãs com suas combinações de bolinhas multicoloridas. "Desde muito pequeno ele gostava de desenhar. No início, eram bolas e só bolas. Nos preocupamos com isso", conta Tatiana Mares Guia, mãe do garoto. 





 

"Fomos entendendo, com a evolução das bolinhas, que era sua expressão, sua arte. É assim que ele se diverte, desenhando e vendo seus filminhos. O talento é todo dele. Colocamos na aula de arte para aprender novas técnicas, mas em três meses ele pediu para sair e voltar às canetinhas!"

Bem-humorada, Tatiana diz que ele tem dimensão do sucesso que faz e adora! "Sabe o valor, quer ganhar dinheiro, quer ser conhecido pelo mundo, como ele mesmo diz! Ele é um superstar e, mesmo com a dificuldade de falar, não tem medo de se expressar e se fazer entender. Ele é mesmo um barato!"

 

Augusto estará na Talento Joias, na quarta-feira (1º/6), das 16h às 21h, desenhando para os convidados. Tatiana conta que será apresentado um filme de quatro minutos, com um breve currículo de sua trajetória artística.

A Pim vai levar suas roupas e as pessoas terão a oportunidade de comprar os quadros que estarão à venda. "Vai ser genial, divertido, alegre. A Talento sai na frente, inovando com uma postura inclusiva, apresentando o Augusto e abrindo as portas para um universo totalmente novo, tanto para ele como para a própria Talento." 

 

Qual o papel primordial de pais de crianças especiais como Augusto, que tem síndrome de Down?

Acho que o mais importante, independentemente da deficiência, é dar a ele os instrumentos, a ferramenta para que ele possa desenvolver suas potencialidades. Como qualquer criança, ele precisa ser estimulado, incentivado, para que possa identificar e/ou criar seus talentos. Seja no esporte, na música ou nas artes.


Há uma corrente que defende o ensino inclusivo para crianças especiais. Qual o seu ponto de vista sobre o tema?

Mesmo não acreditando muito na educação inclusiva (acho que a realidade é bem diferente da teoria), acho que ela tem de prevalecer. Até a alfabetização eu diria que é imprescindível. A partir daí, a diferença no aprendizado começa a se acentuar, e acho que é necessário um acompanhamento mais específico, mesmo que seja junto com outras crianças.





 

O Projeto Prisma é um bom exemplo para uma inclusão realista de crianças especiais?

O projeto reúne 12 jovens com deficiência. Autistas, síndrome de Down e outras deficiências. E é diferente. Não estamos segregando ninguém, só estamos colocando-os entre os seus pares. Cada um a seu tempo, com uma educação montessoriana, tem a liberdade de construir seu aprendizado.

Eles já não são crianças e têm de ser tratados aproveitando todas as suas potencialidades. A turma vai ao cinema, ao boliche, faz aula de culinária, dança e são amigos fora e dentro do projeto.

 

Assim como Augusto, deve existir um contingente muito grande de crianças especiais talentosas. Mas, diferentemente da situação dele, há famílias que lutam com dificuldade. Você vê um horizonte para essas crianças?

Isso independe da deficiência. É, sim, uma questão de oportunidade. Acho que o sucesso vem num tripé que inclui talento, oportunidade e um pouco de sorte. Para todos os profissionais, com deficiência ou não.

 

Augusto cria seus trabalhos a partir de quadradinhos e bolinhas, que nos remetem ao trabalho da artista plástica japonesa Yayoi Kusama. Você consegue estabelecer umarelação entre os dois? E qual foi a reação do seu filho quando viu “Narcissus garden”, obra de Kusama, em Inhotim?

Não vejo relação. Acho a arte do Augusto completamente única e individual. Temos grandes artistas internacionais que são impressionistas, que pintam com pontinhos usando uma técnica que se chama pontilhismo, temos muitos talentos abstratos... E o Augusto é muito particular nesse sentido.



Não paramos de mostrar a ele que existem outras técnicas, outras formas de arte e ele ficou apaixonado não só com a as bolas da Kusama como com o museu inteiro. Agora acabamos de chegar da Itália e ele, claro, como todo mundo, se encantou com o “David”, com a “Pietá”, e com tudo que a Itália tem como berço cultural do mundo.

 

A obra de Augusto já está, literalmente, na moda, por meio da Pim Estilo. Qual a importância social dessa parceria entre a marca e seu filho?

Coloco como o marco de materialização da obra dele. Ela, com competência e coragem, conseguiu colocar em tecidos toda a criatividade e todas as cores das bolinhas e quadradinhos! A Pim acreditou no artista e deu asas ao que ainda pode ser feito!